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SessRo de 16 de Abril de 1920

O Sr. Cunha Liai : —

O Orador : — Eu estou convencido de que as minhas ordens foram cumpridas. Mas eu verifiquei, como disse, que no dia em que se barafustou mais contra a falta de pão foi no dia em que houve maior fabrico, bem como no dia em que toda a gento dizia que não havia falta, não condizia essa informarão com a da polícia.

^ medida, porém, que se aproximava a reunião do Congresso, as cousas dificultaram-se porque se esperava que o Parlamento tivesse a luminosa idea de deitar o Governo abaixo. E isto é tam verdade que, de há três dias para trás, as queixas contra a falta de pão não eram muitas ; mas desde que reuniu o Congresso e se fez uin cerco a Lisboa para evitar a saída de pão para os concelhos limítrofes,. a moagem começou a reclamar, os padeiros reclamaram e o povo reclamou contra a falta de pão.

O Sr. Presidente do Ministério informa-mo que. num cerco que se fez na Cascalheira, foram presos vários indivíduos, não por agitadores, mas por assam-barcadoros, visto que nas suas casas foram encontrados sacos com 50 pães cada, pão quê deveria sair para os concelhos limítrofes, pois que se está lá fabricando pão de tipo único a $28, e o nosso de 2.a, mais barato, é melhor.

]Iá outro facto ainda que contribui para a falta que se nota de pão: é o caso do padeiro — e isso é difícil evitar — vender o pão para as tabernas e, assim, havendo falta de pão nas padarias, elo existe nas tabernas, que o vendem mais caro. A moagem não pode trabalhar honestamente com a taxa que tem.

VOBSS : — .Essa afirmação ó gravo ! -

O Orado

E gravo, mns ó verda-

deira, o ou já o provo.

O Sr. Costa, Júnior disso que a moa-gom não reclamava cem a taxa, de mo:i-gcni de .-,1 centavo:;.

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! taxa, rne declarou que não podia traba-j-lhar e que, desse modo. entregava as fábricas ao Governo. Depois, segundo me informei, verifiquei que, efectivamente1, a moagem não podo trabalhar com a taxa de 2,1.

Em 1915 a moagem estabelecida por diagrama da lei, dava 10,2; em 18CO estava a trabalhar com 0,0. Tom, portanto,, vindo a moagem a aumentar a taxa.

A lei é a lei, nada a modifica. Quem faz a fraudo para evitar prejuízos é claro-que continua a fazer as fraudes. A moagem, mas toda a moagem, diz abertamente que não pode trabalhar com menos de 4,0. Os salários, os óleos, o carvão, tudo aumentou, "de forma que ela não pode viver por outra forma. A moagem tem recursos em várias fraudes.- Tem a extracção da farinha extra, tem a diferença do preço do peso específico e tem as indústrias anexas que lhe dão lucros, come a fabricação de bolachas, etc.

Não defendo os interesses da moagem, e acho conveniente até que o Parlamento considere este problema cm toda a sua magnitude, e quo daqui saía uma comissão de inquérito -que só faça acompanhar de criaturas técnicas e competentes, quo estudem largamente este problema, a ver qual seria o melhor remédio a dar ã todos os males quo nós conhecemos e, -porventura, àqueles que não conhecemos, a fim de se evitarem, e para que o Ministro tenha a devida autoridade moral para proceder energicamente.

O Sr. Júlio KZaitins:—-,»Então V. Ex.a não tem autoridade moral?

O Orador:—Tenho-a, sim, senhor, mão é porque tive a hombridade ds aqui vir dizer as circunstancias eni que Cste problema se encontra, o qup algumas das fraudes foram fartas, talvez, com consentimento dos próprios Ministros, mas for-çadamente.

Há .uma outra fraude de que se fala como unua cousa extraordinária, o que se refiro à quantidade de sCmea quo vem muiida nas farinhas; ora a-lui é de 1895, e os químicos dizem quo, cm viríudo da constanto variedade dos diagrama, não é possível numtor ÍMSÍI porconíagíTii.