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actual Ministro da Agricultura estava nas bancadas do Partido Democrático, e eu apresentei uma proposta de lei sobre o's preços de adubos, S. Ex.a não pensava como agora pensa, porque, combatendo a minha proposta, dizia que o Orçamento não comportava a verba de 1:000 contos!

Isto deve estar registado nos anais desta casa. Como S. Ex.a vê, eu tenho boa memória e sou coerente com as afirmações que faço.

Interrupção do Sr. Ministro da Agricultura que se não ouviu,

O Orador:—A proposta que eu enviei para a Mesa, assinada por mim e pelo Sr. Portugal, foi rejeitada pelo Partido Democrático, e veja S. Ex.a como eu defendo os meus princípios que venho, seis anos depois, encontrar o, Sr. João Luís Kicardo, Ministro da Agricultura, da minha opinião..

Todos os Governos da Kepública, desde 1914, têm. vivido num artifício que só se pode explicar pelo medo que têm em frente da moagem.

Em 1899 compreeudia-so que se regulasse o preço médio do trigo, porque a cotação do trigo lá fora era uma cotação de sempre.

Era à sombra dessa lei que se encobriam os deficits orçamentais, e em 1913 muito concorreu para o superavit do Sr. Afonso Costa com os direitos diferenciais dos trigos.

Mas, Sr. Presidente, quando a campanha da guerra rebentou, quando os transportes começaram a ser caros, quando o carvão orçou por preços fabulosos, eu aqui dentro do Parlamento preguntei várias vezes porque é que se mantinha na íntegra, tal como se encontrava, a lei de 1899; porque é que se cõlotíava a moagem na obrigação de comprar o trigo ao Governo, pois já não tinha obrigações para coni o Estado, pois que V. Ex.a sabe que a moagem compra no Alentejo todo o trigo por preços superiores aos estabelecidos, para fazer as manigâncias que o Sr. Cunha Liai aqui apontou, e só para isso, mas então ninguém me respondeu. Agora faço as mesmas preguntas e pregunto ainda porque é que este Parlamento não nos atendeu quando aqui nos erguemos pedindo a revogação da lei

Diário da, Câmara dos Deputados

nessa pafte; quando aqui dissemos que se devia acabar com as matrículas das fábricas de' moagem, porque só neste País, empobrecido e de tolos e parvos considerados economicamente, é que o Estado se dá ao luxo de manter matrículas de fábricas de moagem com a obrigação de comprar o. trigo muito mais caro para lho vender mais barato, dando a impressão de .que somos um País rico, que pode deitar pela porta fora aos 30:000 contos, e que este ano, à sombra da1 idiotice governativa da nossa terra, permite que a moagem se locuplete enchendo as burras e os cofres, e lançando •ato sobre os políticos o descrédito e a desonra.

Vamos, -Sr. Ministro da Agricultura, vamos começar por aí, vamos para a questão dos adubos. .Mas eu pregunto a V. Ex.a, já que a questão se relaciana, com a que estamos tratando:

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de à lavoura, para que ela trabalhe? E indispensável que V. Ex.a saiba respan-der-me a estas preguntas. E V. Ex.a, que em 1915 dizia ao Ministro de então que qneria ser Ministro quinze dias para meter o Sr. Alfredo da Silva na cadeia, V. Ex.a está hoje nas condições para o fazer, bem como para meter na cadeia todos os magnates das finanças e do comércio.

Diz V. Ex.a que não tem dúvida em tomar conta dessa fábrica; faça-o V.Ex.a, mas o que eu desejava, é que V. Ex.a tivesse no seu Ministério elementos para garantir ou não se a lavoura será abas1 tecida dos superfosfatos que lhes são necessários às suas terras. Eu também de séjava saber se V. Ex.a fixou com a lavoura e os interessados qualquer quantitativo para os superfosfatos.

Diz V. Ex.a que é necessário encarar o problema cerealífero" no país. É certo.