O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

14

roubado aos cofres da nação e à economia pública».

Mas o Sr. Ministro da Agricultura, representante do ^oder a quem compete essa função, deve chamar à responsabilidade todos os delinquentes, e assim não nos pertence a nós fazer Osse libelo acusatório sem que da parte do Governo alguém nos diga que a dentro das leis há .sanção para tais crimes ou, pelo menos, qual é a sanção que pensa aplicar-lhes.

O Grupo Popular tem já feita na sua vida política a demonstração- das suas intenções, tratando sempre as questões de moralidade com a isenção e largueza do vistas "que elas merecem. (Muitos apoiados).

Fomos nós que levantámos a questão do extinto Ministério dos Abastecimentos, não só aqui como lá fora," em conferências, públicas^ trabalhando na factura da proposta de lei que habilitou a comissão de inquérito aos actos dOsse Ministério e enviando a. essa comissão o nosso delegado .que trabalhou com todo o amor, com todo ç> carinho, com a mais incansável dedicação. (Muitos apoiados}.

Deu-se, é certo, um contíito entro pessoas que faziam parte dessa comissão, e e o nosso' representante, viu-se, obrigado a abandoná-la por não lhe terem sido apresentadas .as explicações que lhe eram devidas, mas o facto é que, em-quanto lá esteve, trabalhou e trabalhou bastante.

E eu não vi até hoje cair sobre essa gente qualquer sanção penal.

Levantámos aqui urna momentQsa questão e dentro .dela, com orgulho, demonstrámos a. incompetência e o desleixo dos Governos.

Trouxenips à consideração da Câmara' a. questão do arroz, que há quatro anos anda lá fora nos entrepostos de 'Espanha ou não sei onde, sem que ato hoje caísse sanção legal s«bre aqueles que cometeram crimes ou demonstraram a mais completa e cabal incompetência.

O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, de então, disse que iria chamar à responsabilidade o próprio espanhol que se locopletou com 316 contos, mas até hoje ainda não se sabe onde pára o dinheiro ou o arroz.

O Estado ó rico .,.

^Diário da. Câmara dos Deputados

l Esta nação e esta República estão abarrotando de dinheiro e, por isso, não ó preciso chamar à responsabilidade os homens quo intervieram nesse desgraçado negócio!

Deu a Câmara mandato imperativo à comissão de abastecimentos para que tratasse desta questão, quo tanto apaixonou a opinião pública, mas ignoro se essa comissão tomou conta dela ou chamou alguém à responsabilidade dos actos praticados. .

Da bancada do Governo, ouvi da boca do anterior Ministro da Agricultura, que a escrita da .moagem tinha desaparecido, sem que até hoje saibamos o que só íoz para chamar h responsabilidade aqueles que porventura roubaram ou mobilizaram essa escrita.

Assim, tem o Grupo Parlamentar Popular andado nesta campanha de moralidade, demonstrando que a República só é grande e só se prestigia quando os ladrões, altos ou baixos, entrem nas cadeias, e paguem aquilo que ao Estado devem.

O Grupo Parlamentar Popular quere. entrar nessa comisssão de inquérito, mas quere que o Sr. Ministro da Agriculiura previamente diga se tem sanção desciplj-nar para castigar estes crimes.

Nomeie-se uma comissão de inquérito, ou seja mesmo a comissão dos abastecimentos como se encontra, para averiguar "dos roubos da moagem, das suas falcatruas e falsificações, daquilo que ilegalmente mete nos seus co freis fortes-em prejuízo da economia pública e do consumidor, que o Sr. Ministro da Agricultura— conforme o declarou—r comprirá a lei que o Parlamento votar.

Não nos serve assim!

Ou S. Ex.a, como representante do Poder Executivo, diz se tem ou não sanções legais para esses roubos e se as aplica ou o Ministro da Agricultura, com a sua autoridade de Ministro, com a sua autori-(l;i.íl«"d.e homem de bem, com a autoridade que lhe dá o passado republicano, apresenta uma sanção penal-e nós entramos para a comissão de inquérito.

O Sr. Ministro da Agricultura (João Luís Ricardo): — Nesta hora não tenho disposição que me permita actuar.