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pois eu posso garantir a V. Ex.a que nestes últimos seis ou sete anos ó enorme o número do hectares que tem vindo para a cultura, apesar de, como V. Ex.a sabe, a maior parte desses terrenos se dão trigo no primeiro ano, jf\ no segundo não dão nada. Muitos desses terrenos não tem outra aplicação que não seja para o regime florestal, e, em meu entender, o que é necessário é que os apliquemos à cultura própria, o que aliás ó-o critério de V. Ex.a, como há pouco acabou de referir, dizendo que não compreendia que se persistisse na cultura do trigo em terrenos que não são apropriados.

Mas, dá-se ainda o caso de haver ai» gnns terrenos incultos, quo não podem deixar de produzir trigo.

Portanto, o que é necessário é remodelar esto sistema, mudar de orientação, fazer a cultura do trigo onde ela deve ser feita, ;o aplicar a outras culturas todos os outros terrenos, desenvolvendo e alargando o regime florestal, que é absolutamente necessário no nosso- País.

,j Mas cuidou o Governo em blor-.o de todas estas cousas? Cuidou. O problema do carvão está encarado pelo Governo. Por sua determinarão, peia pasta do Comércio, todos os barcos que tem seguido para a África têm levado ordem para trazer do • Transvaal toda a quantidade do carvão possível, visto quo o carvão do sul da África se pode^ colocar em Lisboa por preço inferior ao carvão inglês.

Tem-se procurcdo também pelo Ministério do Comércio fazer o melhor aproveitamento dos transportes marítimos, a ponto de, em quanto o Parlamento se não decide a discutir e aprovar a proposta dos transpor.tos marítimos ...

Vozes : — Aprovar . . .

O Orador : — Votar, e também pode ser aprovar, porquo se não aprovar a proposta apresentada tem de aprovar outra...

Mas era melhor que V. Ex.a8, contudo, votassem a proposta tal como está. Todavia o Governo não fax questão da proposta; o que ele quero ó que se resolva qualquer cousa sobre o assunto, por que tudo "quanto há na orgauizíiçao dos transportes marítimos, ó tudo quanto há do mais desgraçado.

Diário da Câmara, doe Deputadot

O Governo, porém, como ia dizendo, tem-so antecipado ao Parlamento, fazendo, dentro da má organização que temos, o melhor aproveitamento dos transportes marítimos, e pensa °em estabelecer unia carreira de carga para o Brasil, porque o litoral da África está quási limpo, visto que não há a drenagem dos' produtos das regiões interiores para a costa, por virtude de carência de transportes.

Eeferiu-se V. Ex.a a uma peoposta parada construção dos caminhos de ferro em África a fim de se intensificar a cultura do trigo. O Sr. Ministro das Colónias, devo dizê-lo, tem o problema estu-;dado, runs necessita que o Parlamento resolva a questão colonial que está pendente, para então trazer ao Parlamento as medidas necessárias para resolver imediatamente a questão dos caminhos de ferro.

E não há possibilidade de intensificar a cultura cerealífera om África com vantagem, desdo o momento que nós não tenhamos facilidade de transportar esse cercal para o litoral. V..Ex.a sabe que Aste ano há quarenta mil toneladas de milho que se não podem aproveitar, por não haver transportes para ela;;.

Por todas' estas razões, Sr. Presidente, eu posso afirmar a V. Ex.a que o problema do fomento agrícola, com relação a todas as pastas interessadas nele, foi es tuclado pelo Governo cuidadosamente ; mas para o Governo o executar é necessário que o Parlamento o habilite com as medidas necessárias, por propostas que já foram apresentadas e por outras que apresentará. «

O Sr. Cunha Liai (interrompendo): — Eu creio que das bancadas do Governo se fazem acusações ao Parlamento,

O Sr. Ministro sabe perfeitamente que as comissões já apresentaram o seu relatório sobre -a questão dos transportes marítimos. Se o Governo tem grande conveniência cm discutir determinados assuntos, melhor do que ninguém pode insistir com a Mesa para que" os ponha na ordem do dia. As comissões, como disse, já deram o seu parecer.