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Sessão de 28 de Abril de 1920

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O Sr. Queiroz Vaz Guedes: — Foi logo, e mais cedo do que V. Ex.a julga será ouvido sobre o assunto..

O Orador: — Sr. Presidente: concluindo as minhas considerações sobre esta célebre questão das farinhas, eu devo dizer que me vejo envolvido no assunto, se bem que não conhecesse o Ministro de então, pois só tive ocasião de conhecer pessoalmente o Sr. Ernesto Navarro quando fui ao seu gabinete para lhe pedir que não fizesse uma injustiça.

Nunca mais me avistei com S. Ex.?, tendo apenas pedido depois aos Srs. Ministro da Agricultura e Presidente do Ministério para que mandassem o processo para o tribunal, o que devia ter sido no prazo de 24 a 48 horas e foi-o depois de um mês, tendo por fim sido absolvidos.

Foi esta única e exclusivamente a intervenção que tive no assunto e nada mais.

Concluindo, Sr. Presidente, direi que o meu desejo é que a Câmara se arvore em tribunal a fim de que se possam esclarecer estes assuntos para bem do Parlamento e da República. i 0

Vozes:—Muito bem.

O discurso na integra, revisto pelo orador, será publicado quando forem devolvidas, revistas, as notas taquigráficas.

O Sr. Presidente:—Como ainda estão muitos oradores inscritos sobre o assunto que se debate, vou interromper a sessão por hora e meia, devendo, portanto, recomeçaram os trabalhos as 21 horas e 30 minutos.

Está interrompida a sessão.

Eram 20 horas.

ÀS 22 horas e 10 minutos o Sr. Presidente declara reaberta a sessão.

O Sr. Orlando Marcai: —Foi com justificada estranheza e irreprimível assombro, Sr. Presidente, que vi o m'eu humilde nome i envolvido na extraordinária leviandade j como é esta questão ora trazida à Câmara j pelo Sr. Queiroz Vaz Guedes. [

Sinto e compreendo os intuitos de quem ; pretende aniquilar adversários com a im- j prudência a que lamentavelmente assis- j timos e que prometo castigar implacável- ' mente em todos os campos com a energia ' que me dará o meu orgulho ofendido e !

não- porque considere a minha dignidade apoucada pela investida das torpezas anónimas, mas quero assegurar, com franqueza e verdade, que estimo deveras que os acontecimentos sejam propícios, de molde a serena c seguramente ir de encontro à calúnia, a fim de a desmascarar e estrangular de vez.

. Sendo eu, Sr. Presidente, por temperamento e convicção um espírito combativo, dissecando tudo quanto possa afectar a moral republicana, que deve ser límpida e desembaciada, não perdoando faltas ou incorrecções a quem assume as tremendas responsabilidades de orientar e fiscalizar a boa marcha dos negócios públicos, conseqúentemente não admito, seja a quem for, .mal intencionado ou leviano, mentecapto ou malsinador, confusões com a minha personalidade.

Sr. Presidente: há talvez quinze dias fui procurado nesta sala pelo Sr. Vaz Guedes, que sempre pareceu ter demonstrado por mini e pelas minhas debilitadas qualidades intelectuais um carinho afectivo, que espontaneamente me informou ter chegado à comissão parlamentar de inquérito ao extinto Ministério dos Abastecimentos qualquer cousa a meu respeito que ele próprio classificou de leves insinuações, e como eu, legítima e naturalmente me alvoroçasse em protesto, prometendo desde logo relegar a provável infâmia ao campo onde pudesse decisivamente ser julgiida, o mesmo Sr. Vaz Guedes, entre sorridente e cheio de confiança me tranquilizou, garantindo-mo que nada havia que pudesse macular a minha dignidade impoluta.