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Sr. António Fonseca, pedir ao Sr. Lima Alves e ao Sr. Sá Cardoso, presidente do Ministério de então, o favor de enviar esse procssso ao tribunal, visto não haver ordem alguma para isso há muito tempo já.

Fiz esse pedido várias vezes. Feito isto, nunca mais soube cousa alguma, senão quando me disseram que o tribunal tinha ordenado que fosse a farinha entregue aos donos. • Aqui está, pois, a minha intervenção.

Estranhável é qu3 o Sr. Queiroz Vaz Guedes que aqui há quinze dias atrás me disse nesta Câmara que eu precisava ser o ávido sobre o caso, e, tendo eu respondido que, estava pronto e me dissesse o dia e Jiora em que havia de ir para dizer o que fosse preciso, S. Ex.a me disse que seria chamado por intermédio da Câmara . . .

O Sr. Queiroz Vaz Guedes: — Disse que esperasse a ocasião oportuna para fazer o seu depoimento, que será reduzido a auto.

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O Orador:— V. Ex.a disse-me que eu seria lá chamado por intermédio da Cá-, mara dos Deputados . . .

O Sr. Queiroz Vaz Guedes:—Isso é confusão do V. Ex.a Tinha pedido a todos os seus colegas para se dirigirem lá.

O Orador: — Isso não tem importância alguma. O que.é certo é que, tendo o Sr. Vaz Guedes dito que eu havia de ser ouvido sobre o assunto, S. Ex.a veio aqui referir-se a esse caso, sem que, como presidente da comissão me tivesse ouvido, (Apoiados], e sobre acusações que não sei quais sejam, veio aqui fazer insinuações sobre casos acerca dos quais não me ouviu, como era seu dever.

O fár. Queiroz Vaz Guedes: —Eu não vim fazer insinuações. Não pus a ninguém suquer a qualidade de praticar ôsses crimes, .porque então a comissão tinha mandado os acusados para o tribunal.

'V. Ex.a não diga issol

V. Ex.a, tendo-me provocado para que dissesse tudo o que sabia, eu entendi por melhor dizer o que sabia, acrescentando que não estavam, provadas as acusações

Diário da Câmara dos Deputados

que se faziam a membros desta Câmara, acusações que eu tinha a certeza que eram insinuações gratuitas apenas.

Eu creio que a situação de nós todos era muito pior, depois de provocado por V. Ex.as a dizer tudo, não dizendo nada, do que dizer estas cousas, que de resto, não estão provados.

O Orador: — O que não faz sentido, entretanto, é que tendo o dever de me ouvir, V. Ex.a se referisse ao meu nome sem que tivesse averiguado a verdade, sem que me tivesse ouvido, sem que me tivesse posto, até, em confronto com as pessoas que me acusaram. (Apoiados).

Era melhor que V. Ex.a me tivesse ouvido primeiro, em lugar de vir dizer para aqui que havia um Deputado, que era eu, que estava envolvido nos negócios da farinha. /

O Sr.. Cunha Liai:—V. Ex.a dá-me licença ?

Veja a Câmara em/que pode estar ar- c riscada a República. E o caso de eu só por acaso não ter sido Ministro da República, e o Sr. Vaz Guedes que sabia que o seu leader me queria para Ministro j unto de si, S. Ex.a sabendo que havia quaisquer acusações contra mim, deixava que , eu fosse Ministro sem dizer ao seu leader: esse homem não pode entrar para o Ministério porque impendem graves acusações contra ele.

O Sr. Queiroz Vaz Guedes: — É mais uma razão para mostrar que eu não estava convencido de que V. Ex.a estivesse envolvido, menos honestamente, no caso do açúcar, Eu garanto a V. Ex.a que toda a comissão entendia que V. Ex.a não estava culpado no caso, sendo da minha opinião.

Mas V. Ex.as quiseram saber tudo e forçaram-me assim a falar antes de tempo. Era muito melhor que V. Ex.as tivessem esperado pelo relatório, final da comissão, fazendo justiça a todos com os seus atestados do que se passasse o que se está passando.