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Sessão de 28 de Abril de 1920

urge justiçar, com energia e decisão, os : que pretenderam enegrecer a honestidade j de quem, desde o berço, através do calor dos beijos maternos e dos proverbiais ensinamentos de seu pai, modesto mas probo, se acostumou, aos ditames da honra e do pundonor. (Apoiados}.

Porém, se a hora da satisfação não soar, se por via desta imprudência prosseguir a campanha deletéria através do silêncio de quem a originou, se me convencer de que querem tripudiar sobre a minha insuficiência física, ainda sinto que o braço não amortecerá para afastar do vez, embora por um gesto violento, quem não soube respeitar melindres e carácter.

Sr. Presidente : a justiça é clara e imutável e à sua sombra me acolho com garantia. Aguardo com serenidade e confiança a sua palavra de desagravo, ou então surgirá a sombra trágica da vindita e de castigo que poderá levar à escura cela penitenciária, é çerlo, mas determinará o movimento próprio dum homem que altivamente arreda da sua honra o escarro ultrajante e vil.

Tenho dito.

O orador foi muito cumprimentado por todos os lados da Câmara.

O Sr. Nuno Simões: — Sr. Presidente : tinha ontem submetido h Câmara um pedido de dez dias de licença para tratar de negócios particulares, que me fora satisfeito, quando hoje fui surpreendido na casa do jornal que estou organizando, pela notícia de. que o parlamentar, meu correligionário, Sr. Queiroz Vaz Guedes, presidente da comissão de inquérito ao Ministério dos Abastecimentos, tinha afirmado nesta Câmara que eu era um criminoso.

Estranho? e formidáveis crimes deviam ser e iniludíveis as suas provas, para que um homem, que era meu 'correligionário o mou amigo, atirasse o mor. nome para ' o campo das especulações políticas (Míd-iou apoiados), dando pasto a todus as

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.campanhas com que só vem pretendendo criminosamente atacar a honra da República e o prestígio do Parlamento. (Muitos apoiado.s).

O Sr. Cunha Liai: — É o caso de repetir aquela frase já pronunciada neste Parlamento, «de que muito pouco presa a honra própria quem tam levianamente trata da honra alheia».

O Orador: — E eu, que tinha pedido trinta dias de licença, aqui estou, pondo de parte os meus negócios particulares, pondo de parte o meu jornal, pondo de parte, emfim, aquilo que reputo mais caro para o meu futuro e para as minhas legítimas ambições.

Aqui estou com absoluta serenidade e tam absoluta que venho pedir a V. Ex.a para convidar o Sr. Queiroz Vaz Guedes a repetir uma por uma todas as palavras que, na sessão da tarde, pronunciou a meu respeito e a declarar em que qualidade as pronunciou: se como presidente da comissão parlamentar de inquérito ao extinto Ministério dos Abastecimentos, ou apenas com a sua responsabilidade individual de parlamentar.

Não, Sr. Presidente, não» há-de ser impunemente que quem quere que seja (Muitos apoiados) venha a esta Câmara fazer afirmações da gravidade daquelas .que me disseram ter sido pronunciadas, sem qualquer documentação ou prova, pelo Sr. Vaz Guedes. (Apoiados).

Sr. Presidente: há dias o Sr. Queiroz Vaz Guedes, presidente da comissão parlamentar de inquérito ao Ministério dos Abastecimentos que tem, como todos sabem, funções latas e secretas de Juízo de Investigação, disse-me que no inquérito a que essa comissão estava procedendo se me faziam referências, e ontem novamente me falou para mo dizer que essa acusação me tinha sido feita pelo Sr. Ernesto Navarro, antigo Ministro, que, acusado de qualquer ilegalidade, em vez de se defender, se deu a fazer acusações.

Hoje fizeram-se aqui afirmações que directamente mo dizem respeito e que eu não ouvi por não estar presente»