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Sessão de 28 de Abril de 1920

vem aqui atirar nomes para a publicidade com os argumentos que S. Ex.a referiu, argumentos que classificou até, quanto a uma parte de referências pessoais, argumentos que só aqui devia ter trazido com autorização da comissão de inquérito, com provas, com conclusões, e não como o fez, porque, por maior que seja o seu amor à República, dosafio-o a que tenha por ela maior respeito do que eu.

Não, Sr. Presidente! O Sr. Vaz Guedes andou muito mal.

Classifiquem como quiserem, politicamente, o seu acto, mas, moralmente, ele não foi dos que honram S. Ex.a Não o pode honrar de maneira nenhuma, porque, além de cometer uma inconfidência como presidente da comissão de inquérito, o Sr. Vaz Guedes, sabendo que as afirmações que se faziam eram dignas do seu desprêso, como aqui declarou, não teve dúvida em vir atirar para aqui, perante o país, porque é para todo o país que nós falamos, os nomes de pessoas que são, pelo menos, tam dignas de respeito como S. Ex.a

Sr. Presidente: no meu caso particularíssimo, visto que o meu acusador ou comentador não tem aqui assento, houve declarações que ainda não tiveram de ser confirmadas perante mim. Não sei se o Sr. Ernesto Navarro apresentou testemunhas a respeito dos factos apontados. Ignoro se foram ouvidas. E se o foram, ingoro o que disseram.

. Com a consciência tranquila, inteiramente tranquila, de que'posso continuar a ocupar, com dignidade, o meu lugar de Deputado,, com a consciência de que nas acusações ou referências do Sr. Ernesto Navarro, não há nada que me fira na minha dignidade'pessoal ou política, termino as minhas considerações. Lastimo que os cargos da República, como o que desempenha o Sr. Queiroz Vaz Guedes, estejam entregues a pessoas que tam precipitada e impudentemente procedem.

Não duvido da honra de S. Ex.a — tenho muito respeito pela honra alheia — não duvido das intenções do S. Ex.a, mas porque não há só deveres de honra, há também deveres de cortesia o de trato a que se não deve Miar, S. Es.a não tinha o direito do, como presidente da comissão do inquérito, vir aqui fazor acusações som provas, © envolver numa confusão destas

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indivíduos que S. Ex.a próprio reconhece serem vítimas de insinuações torpes, como quero crer, apesar de tudo, que ao próprio Sr. Navarro suceda. Tenho dito.

O Sr. Queiroz Vaz Guedes : — O Sr. Nu-

no Simões colocou-me na necessidade de mais uma vez ter de usar da palavra.

Sr. Presidente: desde que eu declarei que sou absolutamente impessoal nas acusações que não faço, apesar do Sr. Nuno Simões dizer que eu as fiz, as referências à minha pessoa têm de acabar. A maneira de julgar o presidente da comissão de inquérito, ó dentro da comissão. Se a comissão não tem confiança no seu presidente, substitua-o. Se a Câmara não tem confiança na comissão, substitua-a.

Por mais que queiram dar a esta questão o aspecto de partidarismo, eu tenho que o repelir. (Apoiados).

4 Porque se não faz essa referência e outras numa moção de desconfiança para a comissão?

Apesar de tudo quanto se tem dito, eu mantenho a força da minha consciência e minha moral para poder livremente fazer o juízo dos outros. Ainda não estou arrependido de ter posto a questão nos termos em que foi posta, j pois estou convencido de que do debate todos poderão sair ilibados e ilibada esta Câmara!

Com respeito a delicadezas, eu devo dizer que em virtude dessa cartilha, não aceito lições de ninguém.

Eu tive a delicadeza, e o dever, de comunicar a todos qualquer assunto que lhe dissesse respeito e ainda ontem encontrei o Sr. Nuno Simões e lhe comuniquei o que se tinha passado e as naturais consequências desse facto. • Creio que assim cumpri o meu dever.

Termino, por agora, as minhas considerações.

O discurso será ^publicado na integra quando o orador haja devolvido, revistas, as notas taquigráficas.

O ,Sr. Nóbrega Quintal:—Mando para a Mesa a seguinte moção. Leu.

Moção