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Até lá ninguém tem o direito de dizer à comissão de inquérito que ela pronuncia veriditam, nem sequer de caracter moral, sobre quem quer que seja.

A comissão de inquérito sempre interpretou os seus poderes por.forma a que nem competência tem para pronunciar, mas quere para si a responsabilidade, quando haja de enviar-se os culpados para JUÍZO.'

Sobre os nomes hoje aqui pronunciados, a comissão não manifestou^ o seu parecer de que eram culpados, apenas deixou melhor colocados aqueles que estavam sendo mal apreciados nos botequins e às esquinas.

Não .ó preciso que a comissão seja indiscreta. Pela parte que me toca digo a :V. Ex.a que não ó fácil; mas basta que as testemunhas sejam as que se disse, para imediatamente haver conhecimento duma suspeição lançada.

É de tal maneira criterioso o nosso procedimento que garanto a V. Ex.a e à Câmara, que era do meu agrado trazer aqui um relatório final da comissão.

A Gamara havia de tomar conhecimento do que aparecesse contra qualquer dos seus membros e, fosse quem fosse à comissão, ele não deixaria de ser trazido ao papel.

Há sempre testemunhas que são contrárias, em todos os processos.

Mas seria próprio da acuidade de espírito da comissão distinguir o que fosse verdadeiro do falso, e não dar, sequer, foros de tribunal ao que não os tem.

Por isso, as minhas palavras, se'bem que não, provam, significaram bem que só em alguns casos apareceram possivelmente,, porventura, irregularidades.

(jComo é que. se pode atribuir a mim esse facto, quando tive o cuidado de informar todos das indicações do que é preciso ter em conta como atenuante?

^Como é que posso ser acusado deter critérios diferentes?

Declaro em absoluto que concordo com as considerações do Sr. Álvaro de Castro a esse respeito, e julgo bem que não poderá haver comissões do inquérito que tenham de trabalhar sob uma' pressão> constante da Câmara.

Porque, afinal, dalguns dos lados da Câmara, é que eu vi faltar-se ao cumprimento do seu dever, porque depois de

Diário da Câmara dos Deputados

ter declarado que desejava ouvir, esquece-se do que declarou.

Uma voz:—Exigiram-na peremptoriamente. (Apoiaàos)^

O Orador: — Não tinha, é rudimentar, o direito de trazer aqui depoimento algum emquanto se investigava: seria perigoso. Isto é lógico.

E todavia a pressão foi de tal ordem que eu, sabendo que se não tratava de crimes, achei mais favorável trazer aqui os facto°s, do que ideixá-los sem os revelar.

Demais eu declarei já a todos os meus colegas que me consideraria feliz no dia em que pudesse abandonar o lugar que ocupo na comissão parlamentar de inquérito. E se, por acaso, algum grupo da Câmara entende que a minha permanência nessa comissão não é conveniente, eu não hesitarei no caminho a seguir... ^

O discurso será pablicado na integra, quando o orador haja devolvido as notas taquigráficas.

O Sr. Manuel José da Silva: — j Não .apoiado! Emquanto só não fizer um apuramento completo de todos us facto» por V. Ex.a trazidos a esta Câmara, V. Ex.a deve considérar-se amarrado a todas as siias responsabilidades.

O Sr. Júlio Martins: — Muito serenamente acaba a Câmara de ouvir í ao Sr. Vaz Gruedes a afirmação de que só provocado como foi, poderia fazer as acusações graves que todos nós ouvimos.

Relembremos, pois, os factos para os colocarmos na sua devida altura e tirarmos deles devidas e acertadas conclusões.