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Sessão de 28 de Abril de 1920

Mas o parágrafo da lei determinava .que assim se fizesse, e. . . Interrupções f apartes.

O Sr. Presidente: --Peço a V. Ex.a

se não dirija aos Srs. Deputados para evitar interrupções.

O Orador : — Se V. Ex.a dá licença eu continuo.

Novas interrupções.

O Sr. Presidente: — Peço ao Sr. Deputado o favor de não continuar as suas considerações sem que os Sra. Deputados ocupem os seus lugares. (Apoiados).

Peço deixam íalar o orador ao iiale-rfisse de todos nós.

Tenha V. Ex.a a bondade de continuar.

O Orador: — Estava dizendo que tinha dito ao Sr. N«ao Simões que havia de ser chamado à comissão de inquérito para ,depor. Mas eu quero fazer a declaração categórica: Nunca aqui eu representei nem represento nenhuma acusação pessoal. Estou absolutamente fora de qualquer discussão pessoal. (Apoiados).

: — Muito bem.

O Orador : — Porei uma questão pessoal como aquela que pode competir a um juiz que julgue um processo com a autoridade ..com que intervém nele.

Convidado a fazer declarações acerca vdo ,que havia que pudesse, conspurcar não direi, mas simplesmente ferir alguns Srs. Deputados, eu hoje declarei tudo, s fi-lo .como republicano, porque entendo que assim não se pode acrescentar mais .nada. JE o que eu disse aqui disse-o na minha qualidade de presidente .da comissão parlamentar de inquérito, delegada desta Câmara, à qual expus .com a devi-ílá Q natural reserva que os factos me impunham, aquilo que se passava.

Eu encontrei ontem à noite o Sr. Nuno Simões, a quem declarei que. bem contra meu desejo, teria naturalmente de ouvir as declarações de S. Ex.a relativamente a um caso sobro guo recaíam as investigações da referida comissão. Isto foi o (jue s© passou com R. Ex.a, G mais nada,

Relativamente ao caso do Sr, Gonzaga dor. Anjos, eu já tive ocasião do oxpor à

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Câmara os factos que com ele se relacionavam.

Tendo chegado ao Tejo um navio com um carregamento de farinha a Fábrica Esperança requereu para se proceder ao despacho dessa farinha. O Sr. Ministro dos Abastecimentos deu efectivamente Osse despacho, mas no sentido de que essa ííirinha fosse vendida fora de Lisboa e concelhos limítrofes.

Essa farinha foi então recolhida nos diferentes armazéns dessa fábrica, começando mais tarde a ser desviada para uma padaria de Lisboa. Logo que houve conhecimento deste facto maadou-se pro-ced^r à sua apreensão, apreensão que parece devia ter sido feita apenas da farinha que §e tentava subtrair, e não de toda, como entendeu a fiscalização.

O motivo alegado pelo inspector era o de vender contra o despacho, e o Sr. Ministro despachou de novo, ordenando o levantamento dos selos de toda a farinha, excepto daquela que estava nos armazéns e cuja venda se estava fazendo ilicitamente.

Sr. Presidente: o Sr. Ministro foi ouvido e o Sr. Ernesto Navarro justificou o seu despacho, dizendo que havia procedido dentro da lei que mandou levantar os selos e toda a farinha.

A moagem veio reclamar, indo ao seu gabinete o Sr. Nuno Simões, defensor dos interesses da moagem em geral.

É isto, pouco mais ou menos, o que se passou, por isso que não posso ter tudo na memória.

Disse que havia sido procurado no seu gabinete pelo referido advogado, .não como Deputado, mas sim como advogado de comerciantes, defendendo os seus negócios.

Isto, Sr. Presidente, é absolutamente a verdade.

Eu, Sr. Presidente, já disse, e torno a repeti-lo, que, perante uma comissão constituída em alto tribunal, eu estou pronto a ser não um acusador, mas sim uni simples esclarecedor, dizendo aquilo que tenho a dizer, não me importando com políticos.

Direi tndo quanto for de justiça, que é a justiça republicana.

Tenho dito.