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Sessão de 7 de Maio de 1920

O Sr. Malheiro Reimão : — O Sr. coronel Pereira Bastos era o chefe da Repartição que devia tratar da mobilização.

O Orador:—Eu como Miaistro da Guerra que fui dum período muito posterior não conheço o que se passou entre o Sr. Norton de Matos, Ministro da Guerra e o estado maior de 1914; sei que foi um oficial do estado maior, o Sr. Pereira Bastos, que dirigiu a escola dos oficiais milicianos que tam largos serviços trouxe para o nosso exército em campanha.

O Sr. Malheiro Reimão:—

O Orador: — O estado maior tem os seus serviços de mobilização, mas V. Ex.a compreende que esses serviços devem estar muito baralhados num país em que as unidades militares têm andado num verdadeiro passeio de terra para terra, em que se tem deslocado uma grande parte do exército para a guarda republicana. Esses serviços, portanto, não estarão actualizados.

O Sr. Malheiro Reimão : — Registo as declarações de V. Ex.a

O Orador: — Que o Sr. Plínio Silva traga à Câmara um projecto para rejuvenescer o serviço do estado maior concordo e aceito, que S. -Ex.a viesse fazer um ataque cerrado a uma corporação de que fazem parte tantos e tantos oficiais é que não é justo nem legítimo. . Até hoje nenhum Ministro da Guerra, nenhum comandante de forças em operações deixou de encarecer o auxílio do estado-maior. No último livro publicado pelo Sr. general Gomes da Costa presta S. Ex.a o seu agradecimento ao valioso auxílio que lhe deram' os seus estados maiores.

O Sr. Plínio Silva:—V. Ex.a podia prestar-me a seguinte informação: se quando do 9 de Abril existia, porventura, qualquer previsão do estado-maior sobre a possibilidade do ataque dos alemães, de forma a que o exército português tivesse tido uma acção mais coorde-

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O Orador : —A divisão portuguesa que então se encontrava na frente estava dependente do 12.° corpo. Dois dias antes do 9 de Abril não só a divisão portuguesa mas outras muito acima não previram o desastre que estava iminente. Mas esses ataques recaem sempre em toda a parte sobre'o estado maior. Essas culpas são sempre lançadas à conta do estado maior.

Temos o defeito de exigir a perfeição nos outros como pudesse haver uma corporação que realizasse o ideal da perfeição.

O Sr. Plínio Silva: — Salientei a situação de V. Ex.a que abandonou a sua repartição do estado maior para ir para o campo da batalha.

O Orador: — Agradeço a V. Ex.* as suas referências. Não fiz mais que cumprir o meu dever.

Mas, como já disse, é descabido o assunto neste momento. Ele pertence à história. A história há-de fazer justiça a quem de direito, a todos aqueles que cumpriram o seu dever, que lutaram para defender o nome de Portugal, assim rcomo há-de condenar aqueles que não souberam cumprir esse dever. Nesse dia os oficiais do estado maior ficam com a sua consciência reconhecida por todos de qne cumpriram o seu dever.

Tenho dito.

O discurso será publicado na integra quando o orador restituir, revistas) as notas taquigráficas.

O Sr. Plínio Silva: — Há um ponto em que estamos todos de acordo, é que o assunto é melindroso e muito delicado e que é quási impossível tratar-se afastando a profissão própria de cada um.

Assim pensei e não fui eu quem abriu o debute sobre o § 4.° do artigo 3.° da proposta em discussão.

Durante esta discussão tern manifestado o Sr. Helder Ribeiro, não direi o seu protesto, mas o seu desgosto por supor lesados os seus direitos o do corpo do estado maior a que pertence.