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Sessão de? de Maio de 1920

O Orador: —V. Ex.° disse que os regulamentos aplicados por A produziam uns efeitos e que aplicados por B produziam outros. Ora isto vem apenas reforçar a minha argumentação, qual é a de que o estado maior apenas tinha a preocupação da tradução das ordens e espalhá-las por todos nós, sem atender à psicologia do soldado português.

V. Ex.a sabe que tínhamos unidades que se podiam apresentar ao lado dos ingleses, e outras que estavam perfeitamente'num estado desgraçado, demonstrando este facto que acção em conjunto não existia.

Não €juero, Sr. Presidente, insistir sobre este assunto, e espero que o Sr. Helder Riboiro, com o grande, amor que tem ao estado maior e ao exército, consiga que ele seja constituído por uma elite,, c que tenha as simpatia^ do exército. Estou igualmente convencido de que S. Jílx.a procurará estudar este assunto, e eu dar-lhe hei o meu auxilio naquilo que puder, para que o corpo do estado maior seja um organismo que corresponda às necessidades do exército.

Eu fiz uma pregunta a V. Ex.4 sobre o 9 de Abril, e em resposta o Sr. Helder Ribeiro disse-me que eu tinha tratado o assunto coin toda a simplicidade; ora en devo dizer a V. Ex.a que quando trato estes assuntos procuro sempre rodear-me do maior número de apontamentos.

Preguntei eu se quando se deu o revez de 9 de Abril em França estava previsto ou estudado o plano, as ordens, ernfim, toda a engrenagem que era preciso pôr em acção, para o evitar.

O Sr. Helder Ribeiro: — Revés que era absolutamente inevitável.

O Orador: —Não quero dizer que não seja da opinião de S. Ex.a. mas a forma como esse revoa se dou ó que podia ter sido modificada.

Não era minha intenção, de modo algum, tocar neste assunto, porque acho quo ele é para» ser estudado em face do relatórios, mas o Sr. Helder Ribeiro veio dizer que quando se uuu o uftfastri? de 9 do Abril já as nossas tropas não estavam subordinadas ao estudo maior português, 0 assim, explica quo do Saint-Vomn ti-saído todos os oficiais, quo nessa já só C3íi^(jnti'i:vuh! noutro ponto.

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f Ora, se S. Ex.a aceita isto como razoável, eu não o posso aceitar de modo algum, porque não compreendo que o estado maior do Corpo Expedicionário Português abandonasse Saint-Venin, alegando que as nossas tropas já estavam entregues aos ingleses, sem ter garantida a rendição de to.das essas tropas, sem que todas elas tivessem passado para a reeta-guarda.

E assim que muitos oficiais têm procedido em casos de comando de companhia isolada.

O Sr.r Presidente : — V. Ex.a dá-me licença? E a hora de se passar à segunda parte da ordem do dia.

Vozes:;—Fale. Fale.

O Orador: — Tenho a certeza de- que o Sr. Helder Ribeiro, se porventura, em circunstâncias idênticas, tivesse recebido ordem para abandonar o comando do seu batalhão, porque nele ia ser substituído, não o abandonaria sem qne primeiro chegasse quem o devia substituir.

O Sr. Helder Ribeiro : — Mas é que não houve a substituição dum quartel general por outro. O quartel general do Corpo Expedicionário Português estava já constituindo um organismo a mais, e isso não por culpa do estado maior, mas por virtude de circunstâncias políticas; ele era já uma excrescência naquela zona e apresentava um embaraço, dada a falta de alojamentos, estando ainda determinado que às 9 horas da manhã Saint-Venin devia estar evacuada.

O estado maior não tinha outra cousa a fazer senão cumprir essa ordem, e V. Ex.a deve saber que nas próprias linhas onde a acção das forças alemãs se principiou a desencadear houve unidades que julgaram que apenas se tratava dum raid um pouco mais violento.

Estabelece-se discussão entre o orador & o Sr. Holder Ribeira.

O Orador: — Sr» Presidente: como V.