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nham horror de as frequentar de noite, por causa da pouco conhecida tradição do Telójip da morte! Já vou dizer o que isto é, mas tenho a absoluta certeza quo os frades teriam pavor invencível, como outros muitos, de entrar na nossa Biblioteca Nacional, de noite, à hora de estar funcionando o. relójio da morte,

]£ que p 'anobio panicio, o animal sem vida, como da própria etimologia ressalta, porque uma das suas armas de defesa é a quietação; esse insecto n,o estado de borboleta, escolhe para suas posturas as margens das folhas. A larva desenvolve-se e penetra no interior do livro, descrevendo uma trajectória interessante, que vai 4um dos cantos ao centro, e daí volta para o outro canto do mesmo lado, realizando n.este trabalho uma espécie do túnel através do livro. Pois o relójio da morte supõe-se ser p barulho que faz o insecto çona a cabeça a perfurar o túnel, empregando para isso, talvez, qualquer su,bstânciq, córnea, que possua.

Quando este insecto sai do interior do livro, escolhe de preferência a sub-lom-bada para se instalar, fazendo ali uma

ftsnAp.ípi rio. «;alão Que de fora só não vô.

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A ninfa com quinze dias transforma-se em borboleta, rompe a lombada Q voa, indo fazer a dispersão da sua. -prole por outros livros,

Sr. Presidente: procurei ver até onde podia chegar a extensão dos males causados por este flagelp. Para isso eu admito. a hipótese duma única fêmea do anohio., que há 100 anos tivesse penetrado na Biblioteca. Está calculado que por ano o anobio se reproduz dando origem a 1.620:000 insectos. Calculei a sua multiplicação no segundo e no terceiro ano pa,ra. achar unia razão média. Uma vez achada pensei que bastaria que uma quarta parte da nossa Biblioteca —175:000 , livros— estivesse a.taca,da por uma só fêmea cada livro, para dar um número fabuloso de descendentes. Esses números, seriam os seguintes:

1.° ano —283:500 milhões de' anóbios.

B.9 ano — 22fy635 triliões de anóbios. ,3.° ano —18Ó;004:35Q quati-iliões de anóbios.

4.° ano —150:663 milhões de quinti-liões de anóbios í

Achei assim as razões, e então por um processo de logaritmos, supondo que

Diário

uma só borboleta tivesse atacado a Biblioteca Nacional, A ali estivesse há 100 anos, a reproduzir-se encontrei um número tal que não há língua nenhuma que possua vocabulário capaz de o exprimir. A função potencial 'que a explica ó a seguinte :

x = 1.411:009xl099Xl0494 bichos

Para dar uma idea do que isto é, ta dizer que teria de ser representado por um número de dez algarismos seguido de 581 zeros!

"Só as contingências gerais da luta da vida que dizima no seio da natureza uma grande parte do toda a -reprodução animal, impedem que a Biblioteca Nacional já tenha sido completamente devorada, como impedem por exemplo, de os líquidos oceanos já tinham, atingido o estado colóide ou pastoso -se não fora avp-racidade de certas espécies ichtiológicas que às vezes devoram enxames inteiros de peixes, pouco mais quereceninascidos.

Ora aqui têm V. Ex.a3 algumas das várias espécies de insectos, quo afligem a nossa Biblioteca Nacional, conforme poderão ver pelos exemplares que tive o cuidado de. recolher dentro deste frasco, e bem. assim um livro completamente estragado que a própria Biblioteca me for-necou e aqui apresenta ao exame dos Srs. Deputados.

Eu devo declarar à Câmara que, se ^neterem um pedacinho de papel dentro deste frasca, cm unia hora não. existe lá nada, porque o terão devorado,

Já por isto V, $:x.as poderão avaliar/ bom os estragos que tais insectos causam aos livros e a que é necessário pôr cobro definitivamente.

Os exemplares que aqui apresento, fui pessoalmente lá buscá-los, livros e vermes; para os trazer para a Câmara, para assim se poder avaliar bem, de facto e de vista, o p.slado calamitoso em que se encontram alguns exemplares existentes naquele grande repositório nacional e assim nos podermos todos convencer da necessidade que há de pôr cobro a esse grande flagelo que tende a alastrar-se, visto quo a sua reprodução é enorme como V. Ex.as todos acabam de ver e conhecer.