O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

12

Não tem S. Ex.a mais respeito e mais consideração do que eu pela liberdade do pensamento, e sei, bem que foi com essa liberdade que nós conquistámos a emancipação de que hoje gozamos,.que foi com ela que chegámos ao estado de civilização actual.

S. Ex.a, querendo tocar este hino de amor, veio com ele, mais ou menos, pretender amesquinhar a acção do Presidente do Governo, tentando demonstrar que ele não prezava tanto como S. Ex.a a liberdade 'do-pensamento e a liberdade individual.

Sou, Sr. Presidente, o chefe do Governo e o Ministro do Interior, tenho agentes às minhas ordens aos quais mando aplicar as leis sem excepções nem favo-ritismos. Não posso, todavia, fazer-me, magicamente, em três ou quatro polícias e ser responsável por algum acto menos legal que qualquer dos agentes de autoridade haja praticado.

Aqueles que são vexados por qualquer atropelo às leis só tenho a responder que vou tomar informações do ocorrido e que punirei os que não procederam como deviam.

Nu tíiutanio, devo desde já declarar que no jornal O Combate, que foi apreendido, veio alguma cousa que o Sr. José de Almeida não leu e que representa uma certa violência. Não quero coin isto significar que justifique a apreensão do jornal por esse facto, mas representa, contudo, uma certa violência.

Esse jornal, cem a linguagem com que costuma atacar tudo e todos, chamava aos Ministros indivíduos que tinham recebido dinheiro dos açúcares, o que equivale a chamar-lhes ladrões.

l

O Sr. Costa Júnior:—V. Ex> dá-me licença; eu vou ler a notícia.

O Orador: — São palavras de revolta. São palavras que levam à revolta, palavras que fazem sair da acção pacífica.

O Governo é um Governo de ordem, de evolução e de progresso; está sempre pronto a cooperar em todas as medidas proveitosas e de utilidade.

Ainda há dias eu fui assistir a uma obra «Bairros Sociais»; assim compreendo o progresso, pois é dentro da ordem. Não é pela violência, pela infâmia, pela calu-

Diário da Câmara dos Deputados

nia que V. Ex.as conseguirão os seus de-.sejos, mas sim por processos scientíficos e que falem ao coração; há-de ser por um grande abraço que V. Ex.as conseguirão o seu fim e nunca pôr meio de revoluções.

O Sr. José de Almeida:—Eu sei o caminho por que havemos de seguir.

O Orador: — Se V. Ex.as procederem dentro da lei, nunca estarei contra 'V. Ex.as Eu estou pronto sempre a dar todas as explicações a V. Ex.as

O Sr. José de Almeida:—V. Ex.a diga--rae se é legal apreenderem-se jornais entrando dentro das tipografias.

O Orador: — Eu mandei fazer a apreensão dentro da lei.

V. Ex.a há-de provar que foi assaltado, preso...

Não provou nada.

Os jornais não têm falado verdade. Diziam que nas prisões estavam montões de indivíduos...

• O Sr. José de Almeida:—Quando V. Ex.a foi ao Governo Civil não encontrou lá isso...

O Orador:—Eram uns quarenta indivíduos numa prisão. Outras tinham menos mas eu ainda assim achei mau. .

Prendem-se os meneurs e aqueles a quem se encontram bombas.

Todos os que são mais ou menos sugestionados pela opinião bolchevista.

O Governo está dentro da lei.

Estou dentro da lei e quando estou com a lei vou para casa muito sossegado com a minha consciência.

V. Ex.a disse que o Governo é violento e que manda prender.

Há oito dias foi preso um indivíduo, homem terrível que estava fazendo propaganda bolchevista.

Mas se esse homem é o mesmo a que se referiu. . .

O Sr. Brito Camacho: — Quem é o responsável pela tal coluna de assaltos à propriedade...