O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sossão de lã de Maio de 1920

çessidade de ocorrer à indigente aparência deste estabelecimento».

Mais adeante disse:

«Que o melhor talvez o único modo de aposentar e domiciliar a livraria nacional com todas as condições necessárias, seria erigir desde os fundamentos uma casa com essa aplicação».

Mas tudo isto ainda é pouco, porque em 1844, já o falecido José Feliciano de Castilho, dizia, entre outras cousas o seguinte :

«Tudo no Convento de S. Francisco é, por todos os lados que se considere^ impróprio para o fim a que foi destinado».

Mais adiante no seu relatório de há 76 anos, diz:

«É a opinião dos homens práticos que, se daqui não for removida quanto antes a Biblioteca Nacional, não tardará muitos anos em que dela apenas reste a memória».

. Mas tiada disto serviu para evitar que o desleixo se continuasse até os nossos dias.

Portanto, Sr. Presidente, justificado ó o receio que eu tinha de que uma simples votação desta Câmara, no sentido de se resolver que" se faça ;um edifício para a Biblioteca Nacional, não seja o bastante para termos como certo o acudir-se à desastrosa situação daquela Biblioteca.

Julgo que não se passará duma votação platónica.

Entendo que é preciso mais alguma cousa. Se passarmos em revista as diversas bibliotecas em Portugal, algumas importantes, encontraremos em bom estado. Uma destas será a Biblioteca do Porto, onde existem preciosidades como seja o livro da Corte Imperial, atribuído a D. João í.

Mas, quanto a esta Biblioteca dão-se condições especiais. Em primeiro lugar, ela não tem a disposição nem a extensão da Biblioteca Nacional. Em segundo lugar deve ter-se em atenção que o povo do norte, sob o ponto de vista rácico, diverge do povo (io sul. Assim 6 que no sul há maia doslciso. A Biblioteca do , y.elici-H« num estado

deplorável. A Torre do Tombo está longe de confirmar o optimismo que ali se me apresentou quando, últimente, a visitei.

O Sr. Alves dos Santos: — Is a de Coimbra andam os livros em montões.

O Orador: — Nessa Biblioteca, como nos informa o Sr. Alves dos Santos, devido à falta de espaço, os livros amontoam-se espalhados pelo chão e por cima de mesas e estrados. ,

Tudo isto é a consequência da nenhuma atenção que se dá aos serviços bibliotecários. Agora mesmo, sobre o caso levantado da Biblioteca Nacional, nós vê-mos que o facto não consegue arrancar ao País o eco de revolta que deveria ter produzido. É a ignorância geral dum lado e doutro lado o laissez passer que caracteriza os nossos hábitos.

Se formos analisar o modo como o Estado tem agido para cuidar das nossas bibliotecas, descobrimos logo que o desmazelo rácico tem-se evidenciado sempre na acção dos Governos.

O Sr. João Camoesas: cico l Não apoiado.

Desmazelo rá-

O Orador: — Eu poderia demonstrar a V.- Ex.a que, sob o ponto de vista étnico, o norte não é o mesmo que o sul. • Mas isso não é para aqui.

Vamos ver como os Governos têm cuidado das bibliotecas.

Em 31 de Dezembro de 1863, há 57 anos, aparecia a seguinte disposição:

«Verba para compra de livros—anual— 1:600(5000 réis».

Nesta, como na lei de 14 de Maio de 1884, há bons 36 anos- repete-se a autorização para reorganização. Novas organizações vieram em 20 de Agosto de 1887, antes que as anteriores se realizassem e. se lhes observassem os resultados.

Também, no período sidonista muito se dispôs sobre bibliotecas» Foi fértil em disposições, mas o mais falaz em resulta-

Publicaram-se desaseto decretos e cinco portarias o

E trabalho prático?