O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

14

Diário da Câmara doe Deputado»

derado pela Câmara para depois da discussão da proposta de lei dada para ordem do dia.

Nesse sentido faço um requerimento se necessário for.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente : — Na sessão passada o Sr. Mariano Martins pediu para ser discutido, com urgência, um certo projecto de lei, que agora deu causa a este incidente, e eu reservei a consulta à Câmara para depois de ser aprovada a proposta de lei que está na primeira parte da ordem do dia, conio, de resto, é norma minha fazê-lo em casos idênticos. Mas agora o Sr. Ministro da Marinha pediu para esse projecto de lei entrar imediatamente em discussão e o Sr. Pires de Carvalho, que me susbitituía na Presidência, consultou a Câmara sobre ôsse pedido, que foi deferido.

Entretanto, a meu ver, esse facto não implica com a norma seguida por mim, visto que fica já a opinião da Câmara manifestada sobre o pedido de urgência do Sr. Ministro da Marinha, mas o-projecto só entra em discussão a seguir à da proposta que está na ordem do dia. (Apoiados).

S. Ex.a não reviu.

O Sr. António Mantas: — Mas a Câmara já tomou uma deliberação e, portanto, agora para se ir contra ela é necessária outra deliberação.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — Eu não consultei a Câmara porque supus, com os apoiados qu0'ela deu às minhas considerações, que ela as perfilhava.

S. Ex.a não reviu.

Vozes: — Muito bem, muito bem. O Sr. Presidente: —Vai passar-se à

OKDEM DO DIA

Continuação da discussão da proposta de lei do Sr. Ministro da Instruçíío Pública

O Sr. Presidente: — Continua no uso da palavra o Sr. Ladislau Batalha.

O Sr. Ladislau Batalha : — Sr. Presidente : vamos a caminha de terminar as

comunicações que eu tinha de fazer a esta Câmara no intuito de habilitá-la a resolver convenientemente um assunto de tam alta magnitude.

Trata-se, como V. Ex.a sabe, duma/ proposta de lei tendente a criar verbas para a construção imediata e urgente dum edifício próprio destinado a salvar o património nacional, que se acha ameaçado de morte, se continuar a dentro do edifício em que se encontra.

Eu já disse que esta proposta de lei, embora a minoria socialista a aprove na generalidade, não tem o nosso .voto na especialidade, se não lhe forem introduzidas modificações fundamentais, porquanto, para resolver o problema de que ela traía, não basta a criação dum edifício, o que leva, porventura, dez, vinte ou trinta anos, e desse modo, quando o edifício estivesse pronto, já não haveria nada que lhe pôr dentro.

E esta razão provêm facilmente dos depoimentos de conservadores e bibliotecários ilustres.

O Sr. Xavier da Cunha, que foi ilustre conservador da Biblioteca Nacional e dos que com mais amor tratou dela há 17 anos, em 1903, disse que o ideal seria mandar «quanto antes», notem V. Ex.as, dar começo à construção .dum novo edifício especial para a Biblioteca.

Já há 17 anos se escrevia, isto que aqui tenho presente para quem queira inteirar-se de outros amargosos comentários feitos e escritos; • Em 1863, ou seja há 47 anos, José Silvestre Eibeiro, dizia na sua História dos Estabelecimentos Scientificos o seguinte, que passo a ler:

«Oxalá um dia "queira e possa ó Governo ou melhorar convenientemente o edifício em que assenta a Biblioteca, ou fazer construir outro que digno seja do seu alto destino!»

Assim este polígrafo ilustre proclamou no tomo iii a pág. 63 da obra citada.

A verdade, a triste verdade, porém, é que nada se fez até hoje.

Mas isto' ó pouco.

Há 59 anos, José da Silva Mendes Liaí também' expressava o seu modo de v.er da seguinte forma: