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Diário da fcâmara dos Deputados

Biblioteca Popular. Foi um desastre. Só quem não tivesse conhecimento do que seja bibliografia, poderia confundir uma Biblioteca Erudita com uma Biblioteca Nacional.

Foi isso o que se deu e daí o desastre. Acabavam de ser assim estragados muitos dos belos espécimes que ali existiam. Foi um desastre, repito, pois muitos dos indivíduos que encontravam nos livros que lhes entregavam para leitura, estampas e gravuras preciosas, arninca-vam-nas e traziam-nas cá para fora, tanto que muitas delas são encontradas nos alfarrabistas.

Também o decreto n.° 4:310 regalou os serviços de depósito obrigatório na Biblioteca Nacional das obras impressas nos prelos nacionais.

A penalidade aos editores transgressores, por pequena que fosse, montaria a contos e coutos.

Aqui está também uma fonte de receita importante para ocorrer à despesa a fazer--se com o edifício preconizado.

Era preciso, porém, que isto não fosse letra morta, como é, visto que quási nada do exorado na lei se tem cumprido. Ape-mis alguns editores tem feito a remessa dos seus livros para ali.

Mas isto mesmo não dá resultado profícuo, visto que não está montado convenientemente o serviço respectivo, por forma que os direitos ' de autor são muitas vezes confundidos com os direitos dos editores.

Da Biblioteca Nacional distraímm-se também livros, sabem para onde? Para S. Carlos l

Era uma espécie de livraria lírica. A portaria, sidónica n.° 1:477 determinou que a Biblioteca Popular de Lisboa funcionasse no salão do Teatro de S. Carlos.

A legislação bibliotecária do período, si-donista é grande e alqumas das medidas publicadas conviria que se tomassem.

Nada disto, porém se tem feito. A Biblioteca Nacional é das mais pobres que existem em Portugal, em livraria moderna.

A biblioteca que mais actualizada se

encontra ó a da Sociedade de Geografia.

A Biblioteca Nacional não tom tomado

a peito a permuta internacional de livros,

nem antes> nem depois da portaria n.°

1:139 em que foi determinado que o serviço das permutações nacionais, criado pela convenção de Bruxelas, de 15 de Março de 1886, passe a ser desempenhado pela Secretaria da Biblioteca Nacional.

De forma que, quando vamos à Biblioteca Nacional colher informações sobre sciência moderna, não encontramos nada.

Argumenta-se sempre com a falta de recursos e ainda ó a falta de recursos que se invoca, mas nem assim concordo com tal deficiência.

Tonho aqui presentes algumas fotografias das principais bibliotecas de vários países e vejo edifícios inagestosos, mas, nós não queremos nem carecemos de palácios.

Queremos sim, embora modestos, edifícios onde se salve o nosso património.

Percorrendo o orçamento para 1919-1920 encontro as seguintes verbas:

Pelo Ministério da Instrução: Instrução artística, . . . 203:876^55 Bibliotecas e arquivos nacionais........ 101:641£18

Pelo Ministério das Finanças: Direcção Geral de .Estatís-

tica

64:678000

Pelo Ministério do Comércio: Para 64 escolas industriais

e comerciais.....1.136:246^83

ou seja 50$ diários apenas para cada escola.

Nas alterações propostas para 1920-1921, a fim-de diminuírem o déficit orçamental, foram às escolas, e reduziram 22:500 oscudos na verba destinada a instalações, instrumentos de precisão, mate-: rial empregado no ensino industrial e comercial, e na verba de estatística suprimiram 1:160 escudos, por forma que, andando ela atrasada, pois apenas alcance a 1916, em breve muito mais atrasada terá de andar.

Quero dizer que as escolas continuam a funcionar mal ou talvez pior do que nunca.