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das minhas visitas, tenho ficado bem desagradávelmente impressionado, como aliás ficarão todos aqueles que se derem ao trabalho de lá ir.

Urge acudir a este estado de cousas para que se não percam tam importantes preciosidades.

É triste termos de constatar o que tenho vindo a referir, mas é uma verdade, e não julguem V. Ex.as que estou aqui a exagerar, ou que pinto o quadro mais carregado do que ele é, pelo facto de ser da região eborense. Não. Bem desejava eu que todos os Srs., Deputados qne me escutam fossem a Évora, porque então verificariam de visu a verdade do que acabo de dizrer.

Mais ainda, Sr. Presidente: nós queremos receber as magníficas estátuas que nos foram legadas pelo benemérito Dr. Baraona e não há lugar para as colocar.

O tesouro da Sé. conjunto de preciosidades, encontra-se entregue aos cónegos da mesma Sé.

Para isto chamo a atenção de V. Ex.a e d^a Câmara..

Ultimamente, Sr. Presidente, como já disse o Sr. Ladislau Batalha, organizou--se em .Évora um grupo intitulado Pro--Évora, que se destina a defender o património intelectual daquela cidade. Esse grupo tem empregado os melhores esforços para reunir todas as preciosidades quê se encontram espalhadas.

Assim, esse grupo lançou os seus olhos para um dos palácios daquela cidade, o palácio Amaral, e conseguiu que fosse a Évora um grupo de indivíduos, de entre os quais faziam parte os Srs. Dr. José de Figueiredo e Júlio Dantas, criaturas com autoridade na matéria e que foram de opinião que aquele edifício reunia todas as condições para serem ali instaladas a biblioteca de Évora, o museu e o arquivo distrital.

Com a módica quantia de 50 contos, que é quanto custa esse palácio, conseguia-se não só fazer uma remodelação completa em tudo quanto respeita à biblioteca, arquivo e museu, mas ainda em tudo o que se refere a instalação das diversas repartições públicas em Évora.

Sr. Presidente: quero ainda frisar o facto de ter havido já alguém em Évora que, receando que o proprietário vendesse o palácio a qualquer indivíduo que

Diário da Câmara dos Deputados

o aplicasse a outro fim, comprou o edifício, estando à espera que o Estado se lembre de que, cem 50 contos, poderá instalar as preciosidades de Évora e resolver o problema da instalação das repartições públicas. Foi esse benemérito o Sr. Florival Sanches de Miranda.

Sr. Presidente: ás minhas opiniões não vêm apenas do conhecimento que eu possa ter do assunto, mas são baseadas, muito principalmente, na autoridade do director geral da Instrução Artística, Sr. Dr. Augusto Gil, que tem empregado todos os esforços para ver se consegue remover todas as dificuldades, no sentido de organizar o património artístico de Évora, além das autorizadas opiniões a que já me reportei e ainda à do Conselho de Arte e Arqueologia.

É ocasião, Sr. Presidente, de se, prestar um bom serviço à cidade de Évora, e ela bem o merece, não só porque o espírito republicano tem ali pairado desde longa data, mas ainda porque os homens que lá se encontram vêm demonstrando que se interessam -com ardor pelo património artístico da nossa terra.

Por todas est.a.s ra/oas. e convencido de que a proposta do Sr. Ministro da Instrução Pública não encontrará no Parlamento qualquer obstáculo, atendendo a que ela visa à realização duma obra sobremaneira importante para o País, eu, de acordo com o Sr. Alves dos Santos, que apresentou uma emenda ao artigo 2.° da proposta que se discute, envio para a Mesa um aditamento, em que solicito da Câmara dos Deputados a aprovação da doutrina, segundo a qual serão destinados 50 contos à aquisição do palácio dos antigos condes de Soure, a fim. de nele serem instalados a biblioteca de Évora, o museu e b arquivo distrital.

Posto isto, dou por findas as minhas considerações, reservando-me para, na especialidade, apresentar alguns alvitres que me parecem convenientes.

Tenho dito.

É lido na Mesa é admitido o seguinte aditamento do Sr. Alberto Jordão:

Aditamento