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mas eu queria que V. Ex.a e a Câmara tomassem conhecimento do que actualmente se passa nas obras do Estado, para verificarem se em tais trabalhos, mesmo de empreitada, se consegue realizar ôsse objectivo.

Aconteceu isso há alguns anos nas obras públicas.

E dá-se ainda o caso dalguns funcionários do Ministério do Trabalho, não terem sido aceitos nas obras públicas, apesar de serem competentes, mas conservam-se lá alguns indivíduos que são ineptos, o que demonstra que não tem havido uma selecção cuidadosa, talvez porque os que dirigem não tenham autoridade para o fazer.

E esta a miserável situação das obras do Estado.

E esta a forma como se esbanjam os diuheiros do Estado, que de mais a mais enche as algibeiras dos seus fornecedores além do que é justo e razoável.

Sob este ponto de vista, associo-me pois às palavras do Sr. Brito Camacho, no sentido de que não devemos gastar improficuamente os dinheiros públicos, mas a Biblioteca Nacional não pode ficar nas condições oní que se encontra. (Apoiados}.

O Sr. Brito Camacho citou e o Sr. João Camoesas, frisou o facto de que a Biblioteca só servia para marçanos em via de colocação, ou para estudo de académicos em vésperas de exame.

É facto, mas eu, que fui muito frequentador dessa Biblioteca, encontrei lá alguns conservadores que muito a acarinhavam, dotando-a com as obras mais úteis e modernas.

O escândalo, todavia, chegava ao ponto de eu ter, quando queria certos livros, de os ir procurar pelos corredores, onde estavam amontoados.

Ora se as circunstâncias da Biblioteca, e já lá vão uns poucos de anos, a fora algumas excepções de bons conservadores que eu já citei, alguns até já falecidos, e não quero deixar fugir o ensejo do prestar homenagem ao Sr. Jaime Corte-zão, antigo ornamento desta Câmara, e que muito se tem interessado pela Biblio-ca, se as circunstâncias dela eram essas nesse tempo, eu cálculo o que tem sido depois dessa data.

•Não penso como pensa a Câmara.

Em virtude do actual estado das finan-

Diàrio da Câmara dos Deputados

ças, não poderemos dar remédio a esse estado de cousas, sem decorrerem alguns anos, talvez trôs, quatro ou cinco.

A Biblioteca não pode esperar.

O remédio é urgente.

Durante esse período mal iria para ela, para o país, (Apoiados), se não íhe acudíssemos,- não com figuras do retórica, mas com aumento de dotação.

Se o não fizermos desde já, e tirarmos a Biblioteca da situação ora que se encontra, se não habilitarmos o Sr. Ministro da Instrução a fazê-lo, e estivermos à espera do edifício, mal vai. (Apoiados}.

Pagamos grandes verbas por edifícios, como escolas o estações telégrafo-postais, o é por estes edifícios que em geral se avalia da cultura dum povo.

Mas quem visitar entre nós unia escola ou uma estação tolégrafo-postal, qualquer estrangeiro . que as visite, leva ,de nós uma triste idea.

Não tenho dúvida em votar qualquer importância, mas em termos absolutamente legais, porque realmente há um património- a salvar que justifica absolutamente a construção desse edifício.

Desejo que, pelo menos, uma das suas faces represente alguma cousa que realmente não seja um edifício absolutamente inçaracterístico. (Apoiados).

Deve ser inscrita essa verba em capítulo próprio do Orçamento, e não ser empregada em pura perda como na maior parte dos edifícios públicos.

É necessário fazer edifícios de que o país absolutamente carece e por isso entendo que devemos fazer um projecto abrangendo todos os outros edifícios públicos, acompanhado de todos os elementos necessários, a fim 'de que com método e disciplina se possa fazer alguma cousa de útil para o nosso país.

Torna-se portanto necessário estudar este problema e. trazô-lo depois aqui ao nosso exame, não devendo no emtanto nós, regatear ao Sr. Ministro da Instrução Pública as verbas que ele necessita para tratar da conservação desses livros, nomeando o pessoal necessárip para a limpeza e conservação dos mesmos.

Tenho dito.