O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

dê l de Julho de ÍÔ2Ó

O Sr. Presidente do Ministério declarou duma maneira muito terminante que não é só do adiamento que se trata, mas também de pôr a questão de confiança ao Congresso. Temos, portanto, absolutamente a mesma hipótese de então. Há, sim uma diferença: tenho muita consideração pelas qualidades do Sr. Presidente do Ministério, mas, então, estava à frente do Governo a grande figura do Sr. Afonso Costa, e este teve de transigir na segunda parte da proposta.

Não se podo mesmo admitir que, funcionando as duas Câmaras separadamente, seja o Congresso quem vá dar ao Governo uma confiança que, de facto, não tem numa das Câmaras. E a desconfiança manifestada por uma Câmara, significa, em pakivras portuguesas, um convite a abandonar o Poder.

E muito bom que os Diários das Sessões registem as palavras que se proferem em determinado momento, porque umas nos mostram qual seja a maneira de ver das figuras mais prestigiosas da Kepúbli-ca, outras nos asseguram que com certeza não dariam determinadas respostas pessoas que têm no seu: passado afirmações de natureza tal que lhe não permitiam essas respostas.

Sr. Presidente : quando se discutia na Câmara dos Deputados, em Janeiro de 1914, o adiamento proposto, que não envolvia como agora o facto de ter sido votada há meia dúzia de dias por este Parlamento a prorrogação das suas sessões, estando então no mês de Janeiro e não no mês de Julho e sem orçamentos aprovados, não faltou, Sr. Presidente, quem dentro desta Câmara erguesse a sua voz a combater essa proposta e a combatê-la do modo mais terminante e aberto, manifestando uma opinião que me orgulho neste momento de seguir, porque, realmente, esses ilustres parlamentares só me honram como mestres embora eu não os honre como discípulo.

Fazia então parte deste Parlamento, como agora, o ilustre Deputado Sr. Júlio Martins.

A opinião de S. Ex.a tem para mim uma significação ospecialíssima porquê S. Ex.a está à frente dum Parido que tem representação neste Ministério.

O Sr. Júlio Martms, meu muito ilustro colega nesta Câmara o a cuja íníeii-

li

gêncía presto as minhas melhores homenagens, foi dos que combateram a proposta e apraz-me recordá-lo aqui.

Nesse tempo, como agora, o Governo tinha maioria na Câmara dos Deputados e provavelmente não tinha tido só cinco votos de maioria na moção de confiança, não tendo maioria no Senado, ou por outra, nHo tendo podido obter maioria no Senado.

Trocam-se apartes.

O Orador: — Sr. Presidente: disse o Sr. Presidente do Ministério que concorda com a proposta de adiamento do Congresso.

Evidentemente, S. Ex.a não podia dizer que necessitava desse adiamento para estudar propostas como declarou o Sr. João Camoesas embota no seu aparte ao Sr. Presidente do Ministéiio insistisse em que o fazia por sua iniciativa pessoal, na verdade o Sr. Presidente do Ministério não podia aceitar a questão prévia nesse pé.

O Sr. Presidente do Ministério ó um ilustre membro desta Câmara; presidia à comissão do orçamento, presidia à comissão nomeada para estudar as propostas do Sr. Ministro das Finanças, evidentemente que S. Ex.a conhece os orçamentos, está apto a discuti-los e conhece as propostas de finanças tanto mais que algumas delas têm já parecer e foi resolvido por esta Câmara que essas propostas fossem sendo discutidas ao passo que tivessem parecer.

Claro que S. Ex.a viu-se obrigado a pôr a questão claramente, declarar que o adiamento do Congresso era apenas um pretexto; embora não tivesse feito essa declaração deduz-se das

Eu não poderia mesmo admitir que o Sr. Presidente do Ministério pensasse um momento em vir à Câmara dizer que, sendo presidente da comissão do-Orçamento, não estava habilitado a discutir os orçamentos.