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tonornia aos portos do Algarve. É talvez um processo de resolver dificuldades, mas que não tem aquela prontidão que se impõe.

Quando se diz que se vai fazer, realmente, um grande plano de fomento nacional, e se apresenta uma cousa tam mesquinha, dá-me o direito de julgar que os homens que se sentam mis cadeiras do Poder ou não conhecem os problemas de inadiável resolução ou, conhecendo-os, não têm a coragem de os resolver.

Eu creio antes que se dá este segundo caso.

A função dos Governos é resolvê-los, e só depois de feita esta selecção, dum lado necessidades, do outro lado possibilidades, o Governo estiver disposto a agir no sentido de dar solução urgente a estes problemas, estou convencido de que, apesar de ter recebido, por parte do lado da Câmara em que milito, um. quási voto de desconfiança, ele terá então, não só este mas qualquer Governo que ali se sente, o apoio preciso para a efectivarão dessa obra. Isto não deve ser obra dum Governo, não deve ser obra dum tornem. Não pode ser assim: tem do ser obra de todos, uns no Governo, outros cá fora.

Estou certo de que orientado assim o procedimento do Governo,-tudo se conseguirá.

E'esta a nossa função dentro do Parlamento, função definida desde o início, marcada através de toda esta campanha parlamentar em que temos mostrado, em todas as discussões em que temos tomado "parte, o bom desejo de acertar, colaborando com o Governo quando assim no-lo impõe o interesse nacional.

Pena foi, Sr. Presidente, que fôssemos lançados assim repentinamente na discussão do Orçamento. Certamente devido a isso é que as Câmaras, ou, por outra, a Câmara dos Deputados, que tanto interesse tem -mostrado pelos debates políticos, quando se trata dos dinheiros públicos, quando se trata da discussão do Orçamento, segue essa discussão, segue o caminho que os dinheiros públicos devem tomar com uma verdadeira despreocupação, com um verdadeiro à vontade, que demonstra bem que não tomamos a sério o que sejam os interesses nacionais.

Ura orçamento, cm qualquer parto, e em qualquer momento, é sempre um de-

Di&rio da Câmara dos Deputado»

ciunento que merece uma apreciação rigorosamente feita, conccienciosamente feita por parte daqueles que representamos interesses nacionais.

Não sei, como Sr.Presidente, impondo-se, como se impõe, uma discussão rápida do Orçamento, como vai ao Pajlamrnto, dada a sua natural falta de atenção, dada a sua babitual pequena capacidade para o trabalho, vai discutir um documento desta natureza num espaço de dois dias.

Se quiséssemos iazer uma boa obra e mostrar a boa vontade que temos em elaborar um orçamento honesto, devíamos discutir minuciosamente verba por verba, visto como se trata do primeiro orçamento depois da guerra.

Em Portugal, parece que uma das condições primordiais a tomar em consideração na elaboração do orçamento é .consignar despesas largas o receitas produzidas. Os governos desde quo resolveram adoptar o sistema dos créditos extraordinários e dos créditos especiais, tanto, se lhes importa que as verbas sejam ou não exíguas. Neste momento, a votação do orçamento geral do Estado não tem propriamente significado financeiro económico. Um documento saído deslu Câmara nas condições em que vai sair esto orçamento, com esta leveza de apreciação, não pode ter outro significado que não seja o político : é preciso dar ao Pod^r Executivo as possibilidades orçamentais necessá--rias para amanhã se poder romper com calor a campanha da dissolução.

Como me não importa que a dissolução se faça nesto ou naquele sentido, porque admito como condição prévia que a impo-, sição a fazer-se será uma imposição nacional e não uma imposição de partidos, devo dizer que-todos nós devemos na.me-dida dos nossos esforços discutir e votar o orçamento sob o ponto de vista económico o financeiro. Dentro das minhas fracas forças estou disposto a colaborar, não só com a comissão do Orçamento, mas ainda com todos os parlamentares que es-, tejam dispostos a. fazer um trabalho consciencioso.