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Quando aqui se trouxe uma proposta, feita não se sabe por quem, e tendente a fazer a adjudicação da frota mercante nacional, o Partido Popular, pela voz do seu ilustre chefe, declarou, como aviso aos incautos, que receberia essa proposta na ponta das espadas e que não haveria guarda republicana que nos desviasse desse propósito.

Sr. Presidente: quando nuina Câmara há um grupo político que, a propósito de todas as questões, se porta com a galhardia do Partido Popular, não lia receio de campanhas mesquinhas, partam elas donde partirem.

Sr. Presidente: vi com satisfação que o Sr. Ministro do Comércio estava no propósito de conservar na administração do Estado os Transportes Marítimos.

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Velhinho Correia):—V. Ex.a dá--me licença?

É com a maior satisfação que eu presto ao Partido -Popular e à pessoa do Sr. Júlio Martins as minhas homenagens de consideração pela atitude que tomaram, desde a primeira hora, na questão dos barcas; mas peco-lhes também que sejam justos.

Eu, para definir a minha atitude, desconhecendo essa proposta, não fui consultar S. Ex.a, nem sabia, sequer, do apoio com que poderia contar ao orientar essa minha atitude.

O Sr. Júlio Martins: — Parece que V. Ex.a está com medo de ter contactos com o Partido Popular!

O Sr. Ministro do Comércio (Velhinho Correia):—De modo'nenhum. Isto é para a História, para que não se diga amanhã que eu tomei uma atitude, forçado pelo Partido Popular.

De resto, eu tenho a certeza de que o problema vai em breve ser resolvido.

Mas o que eu disse, rectificando a notícia que vinha publicada nos jornais, foi que «qualquer que se seja a administração superior dos Transportes Marítimos, . quer ela seja do Estado ou doma empresa particular, ou, simultaneamente, de ambos, devem manter-se as carreiras de navegação para os principais portos do

Diário dii Câmara dos Deputados

mundo, a fini.de concorrermos para o de--senvolvimento e progresso do país». Foi isto o que eu disse.

O Orador:—A história dessa proposta do lei força-me, e atentas as premissas que ela me fornece, a chegar a esta conclusão: ó que se, porventura, o Governo Sá Cardoso,, que aqui trouxe essa proposta de lei, se tivesse encontrado em plena ditadura, como tantos Governos têm estado em Portugal, a idea dessa proposta era já uma lei do país.

E veja V. Ex.:>- a maneira como oram acautelados os interesses do Estado; e, comtudo, a mesma imprensa que hoje faz campanha contra o paleio nacional, era aquela que dizia que era necessário um melhor aproveitamento dos navios, consoante a. proposta do Sr. Ministro das Finanças. (Apoiados).

Sr. Presidente: permita-me agora V. Ex.a que, ainda a propósito do capítulo 6.°, eu tire a mesma conclusão que tirei, a propósito dos outros capítulos.

Não houve qualquer cuidado, nào houve qualquer desejo de bem acertar, nas verbas destinadas a esto capítulo; foi perfeitamente obra • de fancaria, com licença do Sr. Sá Cardoso. E eu. atentos os factos que, antes de começar as minhas considerações a propósito deste capítulo, apresentei à Câmara, e deles tirei as devidas conclusões3 não mo atrevo já, neste momento nem noutro qualquer, a apresentar propostas de emenda. E não me atrevo a fazê-lo, porque sei que era tempo perdido, porquanto, de todas as propostas que «-têm saído deste lado da Câmara, não houve até hoje uma sequer, que merecesse a aprovação do Poder Executivo ou da Comissão do Orçamento, e, entretanto, cias foram feitas no melhor desejo do acertar. (Apoiados}.

O Sr. Mariaiio Martins: — V. Ex.a dá--me licença?

Eu devo dizer que entendo que no Ministério do Comércio porque é, exactamente, o departamento da administração pública onde se faz o desenvolvimento da riqueza, não se devia fazer nenhum corte de despesa, e, pelo contrário, consentir no aumento das suas verbas.