O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 29 de Julho de 1920

mais ou menos tumultuáriamente — por-.que tumultuarias são as medidas que exigem as circunstâncias — às medidas que ttêni sido decretadas pelos Governos.

Mas a situação é agora, como nunca, gravo. Nem mesmo durante o período da guerra a situação assumiu uma tamanha gravidado. E assim eu preciso, em relação a cada um desses artigos, a situação «em que se encontra o País.

Começarei pelo açúcar.

O Governo encontra-se na seguinte situação: tem para o fornecimento de açúcar nacional, durante os meses de Agosto c de Setembro, pouco mais do 1:000 toneladas. Como V. Ex.a sabe, Sr. Presidente, os Governos anteriores fizeram •nm acordo da maior conveniência para o país, acordo que tem permitido consumir-se açúcar muitíssimo mais barato do que se consome em todo o mundo; esses Governos fizeram um acordo com os coloniais, em que estes se comprometem a fornecer ao país 3:000 toneladas de açúcar por mós.

Parece, porém, que durante a guerra, e no período depois da guerra j esse consumo aumentou por forma que hoje as 36:000 toneladas anuais, em qjie se tinba calculado o consumo do país, não são suficientes. E, ainda por falta de transportes, os coloniais não puderam fornecer mesmo as 3:000 toneladas, nem poderão fornecê-las, relativamente aos meses de Agosto e do Setembro. E do antecedente vem, como há pouco disse, um excodenfe de pouco mais- de 1:000 toneladas.

Chegaram a reunir-se no Tejo os três navios que fazem as carreiras para a África Oriental. Esta simples circunstância, sem tratar de indicar outras simples razões conhecidas da Câmara, bastarão para demonstrar que a actual organização sobre aproveitamento dos navios não é eficaz, e que é indispensável que a Câmara tome uma deliberação sobre o projecto de lei relativo aos navios ex-ale-mães. (Apoiados).

Encontrando esta situação, ou dei ordem do meu Ministério para que não. só fornecesse mais açúcar às indústrias, visto que, pela .legislação vigente, as indústrias podem fornecer-se de açúcar estran-.-geiro.

Precisei de tomar esta deliberação imediatamente, e esíondê-la aos restaurantes,

13

aos hotéis, aos cafés, a nm de me assegurar do abastecimento de açúcar para todos os hospitais do país — o creio que nisso a Câmara não compreenderá que procedi mal — e para o açúcar restante doterniinei que se racionasse o melhor possível.

Em relação ao milho, a situação não se afigura também excessivamente favorável. Segundo informações que há no mou Ministério, se a colheita do norte só aparenta regular, as colheitas do centro do sul do País oferecem-se com péssimo aspecto.

Não encontrei cálculos, nem neste momento se podem fazer, para averiguar da quantidade de milho que será necessário importar. Tem-se importado em alguns anos 30:000 toneladas, mas houve uin ano om que existiu a necessidade de se importar mais de 100:000 toneladas. Como quero que seja, porém, a colheita do milho não chegará para o abastecimento de País, e nós teremos do fazer uma larga importação dele, por esta razão e outras que depois direi.

Com relação à manteiga, o Parlamento fez com que cia desaparecesse inteiramente do mercado, por esta razão elementar, porque se vende nos locais do fabrico por um preço duas ou três vezes superior ao preço da tabela. Sempre a manteiga se vendeu, pouco mais ou menos, por um preço que equivalia a duas vezes o preço da carne, e o preço por que se tabelou* a manteiga de forma nenhuma corresponde ao preço que anteriormente só estabelecia. Acontece mais que a banha de porco é muito mais cara que a manteiga, e que a própria margarina é também mais cara. E emquánto nós estamos privados de manteiga, sucede esta cousa fenomenal: untam-se as rodas dos carros com ela, visto que é mais barata que o sebo!

Isto é, de facto, a desordem económica. (Apoiados}.

A respeito de legumes, por motivo do tabelamento, não entra nada em Lisboa. Só por moio de requisições e medidas de certo modo violentas é que só podem conseguir algumas quantidades, que apenas chegam para fornecer Lisboa e Porto por alguns dias, por algumas Jtxovas. voltando-se à situação anterior o