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rar às suas declarações como homem do Governo; mas como nada diz, espero ocasião mais asada para sô'bre esses pontos o ouvir. '

A montanha pariu um rato, como se costuma dizer, e não temos nada que nos. elucide sobre as resoluções do Governo e as necessidades • do comércio, dizendo apenas S. Ex.a que já mandou os seus agentes para a província fazer requisições a bem ou a mal; mas não mandou S. Ex'.a a guarda republicana porque as forças vivas não a tragam.

Sendo assim, vem o Sr. Ministro da Agricultura pedir uma lei sobre largas autorizações ao Governo nos termos do decreto de 17 de Setembro de 1919.

O Partido Popular não vota esta autorização ao Governo por várias razões.

Uma delas é porque nós não temos confiança no uso que o Governo vai fazer desta autorização, pois que ela pode ser uma arma terrível na mão" dos políticos que compõem'esse Governo.

Mas o que é mais grave é o que se encontra nessa autorização relativo a importações e exportações que pode dar grandes margens para o Governo permitir o que entender sobre o assunto, podendo assim, se quiser, permitir a importação de grande número de automóveis para as forças vivas.

Só o Governo entender, pode também mandar lá fora outro Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros negociar, unia nova convenção à sombra desta autorização, podendo então a ruína.do País .ser completa.

Não, o Partido Popular não pode votar esta autorizeção; mas se S. Ex.a quiser dar mais explicações, nós ouviremos S. Ex.a

O que aqui está, não pode votar-se.

ÍTão se pode pedir à Câmara uma autorização que arma o Governo com os poderes mais" ditatoriais, para com o Parle-mento aberto poder fazer o que entenda, podendo até levar o País à ruina. (Apoiados}.

Dado o critério sobre subsistências que o Governo nos apresenta, ó improfícua para nós e perigosa a autorização que nos traz. (Apoiados).

Vozes:-— Muito bem. O discurso será publicado na íntegra, revisto .pelo orador, quando devolver, re-

D farto da Câmara dos Deputados

vistas, as notas taquigráficas que lhe foram enviadas,

O Sr. Presidente do Ministério não reviu os seus.«apartes».

O Sr. António Maria da Silva : — Sendo-a primeira vez que uso da palavra nesta Câmara, depois de ter abandonado aquelas-cadeiras, aproveito o ensejo que se me-oferoce para saudar o Governo da presidência do Sr. António Granjo.

Podia aqui repetir aquelas palavras que S. Ex.a proferira nesta casa do Parlamento, relativamente à minha pessoa, e-em. relação ao Governo, a que presidi:

«Quo estimava ver ria presidência um bom republicano, uma pessoa que tem prestado grandes serviços à República & que é um ornamento desta Câmara, como-há provado nos diversos assuntos que tem, versado».

Mas, Sr. Presidente, quero dizer mais-alguma cousa. Quero afirmar que, embora não dó o meu apoio incondicional a ninguém, nçm mesmo que estivessem naquelas cadeiras correligionários meus, porque, quando ali me sentei, nem mesmo ao> meu partido quis pedir apnio incondicional e, se o desse não o aceitavam os homens do me'u partido que faziam parte-do Ministério, que apesar disso estou ao lado do Governo. Não dou apoio incondicional a ninguém—c sou insuspeito— porque não o daria a nenhuma situação estritamente partidária.

Porém o facto de não dar apoio incondicional a ninguém, não quere dizer que eu trate alguém, como fui tratado ao sentar--me naquelas cadeiras. Não o faço, porquanto seria dar uma péssima prova de mim. Não o faço, porque um patriota jamais o deve fazer.

Tenho autoridade para dizer isto; proceder assim, neste momento, seria um crime fazê-lo.

Não é segredo para ninguém que é-pés-sima a situação eni que nos encontramos sob o ponto de vista financeiro e e'conómico.

. Eu tenho visto -muita vez na minha terra, cousas espantosas, como sendo os próprios inimigos justificarem-me.