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Diário da Gamara dos Deputados

pesas; o que dá a impressSo de que tem de se administrar, devendo a conta do gerência e os relatórios publicados pelo Governo a esclarecer ainda mais, se é possível, essas contas de gerência.

Isto é que nos pode esclarecer, isto é • que 'se torna necessário, porque precisamos conhecer os números, 'mas com verdade, com honradez.

Não devo andar muito longq computando o déficit em 130:000 contos.

Apartes.

Nós chegamos mesmo a perder a noção dos algarismos.

Devo fazer todas estas afirmações que tenho feito porque não vejo plano que me ajude a arrancar o País do abismo em que os outros o têm querido meter.

Eu posso provar, com a verdade com que sempre ialo nesta Câmara, que se tem sempre procurado aumentar as despesas,

Dizia-me o Director- da Contabilidade Pública que poderia afirmar, e em cir--cunstâncias do não se engajar, que as contas da gerência do actual ano não podiam ser inferiores a 150:000 contos. \ ' Se efectivamente, no capítulo de desposas excepcionais cia guerra alguma cousa se tem diminuído, há porém outros capítulos de despesas que têm aumentado e há dois factos que o provam.

Primeiro, a ajuda de custo de vida não-importa em menos de 20:000 contos.

Segundo j que as cifras de cambiais desde Janeiro são de molde a afirmar que essas contas serão bem elevadas.

Esta ó a situação tenebrosa em que nos encontramos, e para a remediar todos devemos trabalhar, e para isso temos de dignificar-nos trabalhando para o bem da República.

Nesta hora, acabar as sessões em 15 de Agosto, tripudiando sobre a miséria, é absolutamente criminoso perante os casos que se apresentam ao Parlamento.

Feche-se o Parlamento em lõ de Agosto mas reabra-se logo que possa. Salvem o País, que já é mais do que salvar a Ee-pública.

O País só se salva com grandes tributações, com empréstimos internos e externos, ou com medida equivalente, como ó, por exemplo, o que pode representar cobertura para o que temos de importar. Temos de procurar muita receita, e já

muitos particulares se anteciparam ao Es" tado relativamente ao recurso do crédito •

Trabalhando pelo engrandecimento da Pátria, é que se mostra ser português, só assim é que há o direito de ser político. Quem assim não proceder, quem ocupar altos lugares, só pelo simples pra> zer de os ocupar, quem' se submeter à acção ou coacção seja de quem for, quem ocultar ao País de verdade — deve ser considerado como criminoso de lesa-Pá-tria, não merecendo a consideração de ninguém.

Argumenta-se que os homens das esquerdas deviam olhar para as direitas, deviam escutar as lôrças vivas. Nesta hora atribulada para a Nação que me importa que haja forças vivas ou -mortas, direitas ou esquerdas?

Perante os graves e palpitantes problemas que urge resolver, ninguém tem o direito de olhar para os seus interesses, nenhum Partido tem o direito de se antepor ao país. E se todos os portugueses têm o direito de ocupar o lugar que lhes compete na defesa da Nação, têm também o direito de apontar à vindicta pública os homens que não querem salvar o País!

As forças vivas ou mortas hão-de pagar o que lhes for. pedido pela força da razão e pela força das circunstâncias, lançando-se mão apenas dos organismos existentes para esse fim. Mas se com o engodo duma contribuição se vão aumentar os quadros do funcionalismo, o público tem o direito de se rebelar.

As contribuições industrial e predial rústica podem ser elevadas.

O próprio Director Geral de Contribuições e Impostos me declarou que não havia realmente dificuldades.

Tinha razão: não era preciso organismos novos , era o próprio organismo que, realmente a arrecadava sem faltar um ceitil, porque a verba real de cada um dos anos era a que se arrecadava sem despesa nenhuma.

E arrecadava porque há o direito de arrecadar trinta-ou quarenta mil contos.

Não havia maior verba.