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Diário da Câmara dos Deputados

sobre trigo no Ministério da Agricultura.

Os Ministros que se sentaram no Ministério da Agricultura que respondam ao Sr. António Gr anjo.

' S.'Ex.a ao entrar para o seu Ministério disse aos seus funcionários que não fizessem favores, e assim S. Ex.a recorihe-ceeu que esse Ministério era uma agência de favores; e então S. Es.a. dirá quem fazia os favores e quem eram os servidos.

Mas o Sr. António Granjo já fez contratos sobre trigos, e dizendo que consignava preços altos. Pois era bom que S. Ex.a dissesse com quem tinha assinado esses contratos.

Do maneira que constatamos que pela boca do Sr. Presidente do Ministério ouvimos a condenação e a incompetência de todos os Ministros da Agricultura que ali estiveram.

jS. Ex.a foi glorificado pelas forças vivas do País!

S. Ex.a foi assistir às experiências dos tratorcs agrícolas, sem que as forças vivas do País dissessem que entrariam nos cofres do Tesouro com aquilo que. devem e podem pagar.

Mas insultaram os republicanos , ,,

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Agricultura (António Granjo) (interrompendo) : — Posso garantir a V. Ex.a que tendo eu dito que a agricultura durante a guerra estivera em condições especiais, ela lioje tinha de concorrer para a solução do problema económico e financeiro, eu ouvi palavras de aplauso e prometedoras de auxiliar...

O Sr. Amaral Reis (interrompendo): — Mas lá fizeram-se afirmações muito graves.

O Sr. João Bacelar (interrompendo}:*— O Sr. Presidente do Ministério respondeu muito bem; o resto é politiquice!

O Sr. Amaral Reis (interrompendo]: — Só lá se fez uma declaração que dignifica quem a fez. Foi a do Sr. Palha Blanco.

Trocam-se apartes.

O Sr. Presidente : — Chamo a atenção da Câmara.

O Orador: — Visto assim o quererem, eu direi que nadamos todos num mar de rosas.

; As forças vivas caíram nos braços do Sr. Presidente do Ministério!

Vejam V. .Ex,as no Diário de Noticias as palavras que os homens da moagem, do algodão e os representantes da lavoura disseram ontem nas barbas do Sr. Presidente do Ministério.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Agricultura (António Granjo) (interrompendo)'.— Garanto a V. Ex.a que não ouvi proferir tal expressão.

Vozes: — V. Ex.s tem de pedir licença para interromper o orador.-Levanta-se tumulto.

O Sr. Presidente:—Peço ordem.

O Orador:—- Não permito que o Sr. Presidente do Ministério me interrompa sem minha licença.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Agricultura (António Granjo) (interrompendo] : — Eu pedi licença por várias vt?zes u V. Ex.a, e de modo algum, interrompendo V. Ex.a, queria melindrá-lo-.

Eu queria dizer que li o Diário de Notícias. Uma parte do relate ó perfeitamente o que se passou, mas há pontos que não estão exactos. V.. Ex.a certamente não vai fazer fé pelos relatos dos jornais.

O Orador: — No certame da Câmara lançaram-se- epítetos mais repelentos aos republicanos, chamando-lhes escumalha aos que não concordavam com a amnistia. Ainda houve um homem que se salvou: foi o Sr. Palha Blanco.

j Talvez que os abraços que o Sr. Presidente do Ministério recebeu em Vila Franca se transformem em diatribes de outra natureza!

Efectivamente a situação dos trigos é péssima, a situação do pão é desgraçada.