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Sessão de 30 de Julho de 1920

Fazendo o .balanço da sessão legislativa que vai terminar em 15 de Agosto, eu calculo que ela sé represente rigorosamente por um zero. Mas, seja como for nós damos o EOSS.O voto à proposta governamental, entendendo também que o Parlamento não deve estar encerrado até 2 «de Dezembro, data em que por direito próprio se reúne para iniciar nova sessão legislativa.

Por consequência, pelo que diz respeito aos Deputados republicanos liberais, ficam sabendo o Governo e os Srs. Deputados que tomaram a iniciativa duma reunião •extraordinária do Congresso — e disso é garantia a nossa assiduidade — 'que os Deputados liberais estarão prontos em {jUcdquer altura a vir retomar o seu lugar para bem do país e prestígio da Eepú-.blica.

Tenho dito.

Vozes : — Muito bem. O orador não reviu.

O Sr. Júlio Martins: — Sr. Presidente: o Grupo Parlamentar Popular continua a estar eni oposição franca e leal ao Governo da presidência do Sr. António 'Granjo.

Trata-se, porem, neste momento, de habilitar o Governo a. viver legalmente,

Todavia, ó absolutamente necessário sair do regime em que nos encontramos, visto que estamos a ludibriar-nos a nós próprios, a ludibriar o país. Nós não votamos os duodécimos correspondentes. 'às verbas dos orçamentos anteriores, mas •em relação às precisões orçamentais.

Se os orçamentos são, como se diz, obra de absoluta fancaria, é bom que -cesse o paleio sobre os orçamentos é aproveitemos o tempo em cousas bem mais ateis e proveitosas ao país, e eu .convido •desde já o Sr. Ministro das Finanças a •apresentar as suas medidas financeiras.

Nada mais.

O orador não reviu.

O Sr. Ladislau Batalha : — Br. Presiden-

te: ainda não está concluída a carrapata

esultante da proposta ontem apresentada

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casa do Parlamento, já hoje nos aparece segunda carrapata, pois outro nome não posso dar a uma cousa que está em contraposição com o que durante tantos anos se tem vindo apregoando.

Não vou, neste momento, entrar em larga discussão sobre essa proposta, porque nem tempo há para isso. Quero apenas constatar que é um membro do Governo quem vem aqui à última hora, numa espécie de afogadilho, apresentar, com dispensa das formalidades regimentais, uma proposta de lei que não sabemos se tem ou não fundamento.

Já disse o Sr. Júlio Martins que o Parlamento se via forçado a aprovar os duodécimos, sem se terem feito nos orçamentos as compressões nas despesas que há muito tempo se,diz que é preciso fazer.

Disse já o Sr. Júlio Martins que no Orçamento há tolices.

De fornia que nós somos forçados por 6ste Governo a vir aprovar tolices. Não pode ser.

Os socialistas não desejam criar dificuldades à República, nem ao andamento dos negócios públicos e por isso vão dar o seu voto a esses três duodécimos. Mas não o fazem sem lavrar o seu protesto, pela imoralidade, que isto representa, depois de se estar um. ano inteiro no^aZezo, como lá fora se diz. discutindo cousas fúteis, não produzindo nada. v Não se evitando novas despesas, numa cegueira absoluta e completa, à última hora começamos a discutir o orçamento do Ministério do Comércio. Em virtude dos duodécimos já não é preciso discutir o orçamento do Ministério do Comércio.

Perante este facto, que representa a desordem, a que é necessário pôr termo, para que hão continue, os socialistas têm de protestar energicamente.

O Sr. Bartolomeu Severino (interrompendo) :—Protestam contra si próprios, porquanto protelaram também os trabalhos.

O Orador : — Votando duodécimos, continuamos a dar a impressão de que nós não sabemos legislar.

Portanto, aqui fica lavrado o nosso protesto.