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para lhe pedir aquele apoio, aduela solidariedade que o Governo entende necessário, para bem se desempenhar da sua missão.

O que se passou nessa parada de forças, já ontem foi posto em destaque: consistiu num ataque à República.

Desde que se implantou a República cm Portugal, nestes dez anos de vida, as chamadas forças vivas da Nação tem oposto ao regime toda a espécie de peias no sentido de demonstrar' ao mundo que não têm neste país as condições necessárias de vida. Mas/ tem sido ôsse o único propósito das forças vivas? Não, porque ' sempre que lhes convêm dar ao muildo a impressão de que a República está suficientemente assegurada para manter a ordem que eles entendem dever existir •para garantia dos seus supremos interô-ses, Cies então nossa altura colocam-se ao lado da República.'

Os interesses dessas forças vivas nunca, nunca, são harmónicos com o interês-se nacional o assim é que se torna odioso o papel que desde sempre tôni representado.na sociedade portuguesa.

Pedir à lavoura o sou apoio para que os governos da República possam desempenhar-se da sua difícil missão, pedir ao comércio e à indústria o seu apoio para que os governos possam desempenhar-se da sua missão é quási tempo perdido porque se é missão do Governo prover às dificuldades da economia pública, regra geral, colidindo os interesses dessas forças vivas com o interesse nacional, é improdutivo C apelo que os governos lhes laçam. Para justificar este meu raciocínio não terei mais que invocar o que se passou com as associações comerciais, com as associações industriais que após o armistício, reunidas em assemblea magna na Sociedade de Geografia votaram conclusões que poderiam ser de garantia aos seus interesses, mas que eram um verdadeiro crime contra o interesse nacional.

.Veja V. Ex.a, Sr. Presidente, que essas associações reúniram-sc não com o fim de conjugarem esforços para resolver os verdadeiros problemas nacionais; muito pelo contrário, reúniram-se, sim, para cuidar dos seus interesses privados.

Sr. .Presidente: quando em todos os países do mundo, durante a guerra e após a guerra, todos os economistas' reconhe-

Diário da Câmara doa-

ciam a necessidade absoluta de os seus países iniciarem unia política do reconstrução no sentido do que a produção fosse elevada ao máximo, quando todos os povos por intermédio' dos seus Governos diziam ao mundo que era necessário que nenhum desses paíács pensasse em aíás-tar-se dôsso movimento, em Portugal as tais forças vivas votaram a paralisação, se tanto fosse necessário, dos seus instrumentos de trabalho, isto é, na altura em que as energias nacionais de cada país, principalmente daqueles que entraram na guerra, se estavam levantando, Portugal por intermédio das suas forças vivas resolvia, se tanto fosso preciso, coss-ny a suu laboração. industrial. ;Isto é assombroso l

Tempo perdido é, portanto, aquele

Todos os países que entraram na gíier-ra tem procurado dar solução imediata e urgente a todos os seus problemas aacio-nais; Portugal é por assim dizer nina excepção.

Na Inglaterra, que soubo muitíssimo bem q n ai era o seu papel dentro àn. guerra, que sabia muitíssimo bem as dificuldades com que havia de lutar s-e a guerra se prolongasse, como só prolongou, os seus homens públicos aproxima-rani-so do povo, fizeram-lhe apelos,,, fizeram apelo à classe media c esses apelos não foram infrutíferos como em Portugal.

Mas, admitindo quo Portugal pode arrancar dos mercados estrangeiros os produtos do que necessita para a resolução da sua crise económica,

Outros problemas há ainda igualmente interessantíssimos quo dcmaudaus isma solução eficaz c rápida mas que ©s Governos lamentavelmente tem doixatf© arrastar, agravando-os, preocupados apegas em resolver as dificuldades de momento, sem ouvir as reclamações instantes do' País, -ê sem verem o abismo formidável que nos ameaça subverter a todos.