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vão de Moçambique para as minas do

• j Isto é obra dos tais comissários!'

Visto que o Terreiro do Paço n3o pode nem sabe governar, .arranjam-se os intermediários, para governar colónias que podiam perfeitamente reger-se por si mesmas.

0 resultado é aparecerem decaís-que tôiu de ser cobertos por umas colónias, jcra íavor doutras.

Ora isto não é justo, porque fomos nós, QS Governos da metrópole, os que pusemos e dispuzemos sempre daquilo quo não nos pertencia.

j Tudo obra da violência conquistadora!

j l£rn Portugal anda tudo à matroca, indigno de uma nação civilizada.

Necessitamos olhar a sério para as províncias ultramarinas ; mas olhar a sério mo é vir ao Parlamento apresentar-nos Cs-e papelinho que para nada mais serve, do que para nos obrigar a moer palavras e perder tempo.

1 Isto não servo nem utiliza a nenhuma chis colónias : apenas satisfaz o Terreiro do Paço!

Da Conferência de Berlim, em 1875

\.s.mi uma resolução, em virtude da qual

^ liueito da conquista não dá inais direito

Aposse, sem que se faça a ocupação efectiva. v

Mandou-nos a Inglaterra várias notas p.ra que se fizesse a delimitação das fronteiras, e nós, no dolce f ar niente da in-coisciéncia e da irresponsabilidade," não a fi/Muios, rocoiosos .talvez de que a aliada nos espoliasse territórios.

:E & sombra dês.te conjecturado perigo, nunca afrontámos a solução do problema, liiiu'tando-nos a meros expedientes de con-íciaporização.

Foi preciso que o violento ultimatwn de 1890, enviado a Barros Gomes (que o povo baptizou com o nome de Burros Comes), acompanhado já do forças navais era frente das colónias, com o fira de to-iná-las, se estivéssemos com insistências, para humildemente nos submetermos a tudo.

Só então se fez um tratado que alvoroçou a opinião pública, tendo sido conve-nioate elaborar um, outro, infelizmente pior.

Durante onze anos não quisemos atender as reclamações diplomáticas da Inglaterra, c para não nos levarem algum

Diário da, Câmara dos-Deputados

bocadinho, perdemos duas belas regiões— o Barotse e Matabelcs.

Quando já éramos espoliados, merco da nossa indolência, explodiu' então a alma nacional.

Representada em quê?

Representada em ostentar cortejos aux-flambeaux, em enrolar a estátua de Camões em crepes pretos, em nomear uma grande comissão para se fazer a propaganda de uma grande esquadra que iria bater a Inglaterra-!

j Daria vontade de rir, se não fora sintoma de tanta incapacidade!

Pois, Sr. Presidente, se não cuidarmos a tempo e horas de refundir toda a nossa legislação colonial, dando às colónias absoluta descentralização, se não tratarmos de lançar os alicerces do novo edifício do provincialísmo colonial, esperemos de qualquer recanto da Europa outro ulti-matum semelhante ao de 1890, quo nos obrigue a enveredar polo verdadeiro caminho.

A Espanha também não quis reconhecer a Cuba a sua autonomia, não o.bstan-te Cuba, além de uma indústria importante, uma agricultura desenvolvidíssima e um comércio grande, ter também as suas belas academias e universidades, atestado do seu adeantamento.

Quando Weyler, o general espanhol a certa altura já queria dar a Cuba a autonomia, Cuba não a quis raais aceitar, reclamando já a independência.

É o que talvez já esteja acontecendo a estas horas com a Irlanda.

A Inglaterra tem querido escravizar desde há 'oito séculos a Verde Erinn, mas -está chegando o momento de se pôr ponto a isto.

Já há potências que acompanham as legítimas aspirações da Irlanda.

Sobre o artigo 1.°, em discussão, do-. • claro que acho deficiente o que aqui está, e protesto contra a exclusão das províncias ultramarinas da integração geral do Estado Português, como necessária consequência da argumentação e exemplo quo acabo de formular.

O Sr. Presidente : — Já há número para aprovar a acta.

Como ninguém pede a palavra sobre •ela, considero-a aprovada.