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Sessão de 6 de Agosto de 1920

na vizinhança ter outro. Do que não resta dúvida ó de que é verdadeiro, aplicada a fórmula, o que o número dá.

É justo ein minha consciência.

Não depende nada da influência do Poder Central nem da Direcção Geral dos Impostos.

Na prática, a matriz tom valor que não corresponde à realidade; está prevista a hipótese. Não se diz: «esta propriedade deve andar por tantos hectares de milho». Diz-se: «este produto é tal, é predominante no concelho».

O Sr. Cunha Liai (interrompendo}: — Pode ser que V. Ex.a não tenha a revolta da Associação da Agricultura, mas a revolta geral de Portugal.

O Orador:—Não tenho. O produto ven-dia-so a três, hoje vende-se a quinze. Não é muito ir pedir à melhoria de produção tudo o que pode obter-se dela. Num país com a má educação que nós temos estas medidas produzem sempre unia certa confusão.

O Sr. Cunha Liai:—Multiplicar pelo mesmo factor dá lugar a injustiças.

O Orador: — Já em 1914 existia o in-convenien-te. É necessário fazer uma avaliação directa.

Está prevista a hipótese.

O Sr. João Bacelar: — Mesmo o escrivão de fcázeuda pode e até tem por ofício rever a matriz.

O Orador: — Não se pode acreditar, é certo, que isto seja recebido com geral aceitação.

O que era preciso era que a medida estivesse por tal modo radicada na consciência do proponente que pudesse dizer: «Isto que aqui está é uma cousa justa». E se procurasse uma fórmula em que se pudesse dizer: «Isto é uma necessidade que me obriga». Sendo a'medida justa, feita com convicção, tem-se muito mais força para resistir.

Estão muito más as matrizes de 1914. ;Mas seja qual for o processo, a não ser uma revisão total, onde estava u dinheiro e o tempo V Isto ô uma cousa que se tem de fazer já, senão os cofres não podem abrir.

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As pessoas que entendem destes assuntos vêem que têm de começar-se já, sem se fazer a avaliação.

Existem já as bases, e justo é que, embora as taxas sejam as mesmas, tendo o-capital subido, daí venha para nós um rendimento melhor.

Digo isto a todos que são mais novos-do que eu. Já fui rapaz, cheio de aspirações e vaidades. As virtudes e os defeitos que V. Ex.as têm agora já os tive. Quando se chega à minha idade começa a gente a olhar para trás e vem um bocado de bom senso que V. Ex.as não têm ainda, porque são mais novos do que eu..

Quando chegarem à minha idade terão um senso novo.

Ponham-se no meu caso. Tenho prcci-ção de acudir às necessidades do Estado; dou as basestpara serem modificadas as-circunstância^, de modo a valorizar os rendimentos-^

Procuro, ffelo maior valor da propriedade e depreciação da moeda, encontrar para o Estado aquilo a que ele tem direito. Não se pode manter a ordem, nem consertar as estradas, nem pensar em fomento porque não há dinheiro!

É indispensável aguardar deliberações de consultatfeita aos chefes dos partidos-e dos grupos especiais. Eles é que sãO' competentes para fazer ver que isto, no-iundo, tenfipniuita verdade.

Não há?iienhuma nação que não tenha o direito cfê.atravessar estes maus bocados.

Quanto à lei do inquilinato, o Estado tem o direito de receber aquilo que de direito lhe pertence.

O Sr. ^unha Liai (interrompendo): — £ V. Ex.^em em conta os arrendamentos das terras?

O Orador: — Tenho, sim senhor! Faço diferença entre o arrendatário e o pro-prietáriS' da terra. Conheço muitas pessoas que até 1914 levaram uma vida difícil e que hoje são ricos.