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Sessão de 18 de Outubro de 1920

procedeu sempre de boa fé, com absoluta sinceridade, com uni critério inteiramente definido e sem. procurar andar para trás e para diante pelas valetas das estradas. (Apoiados).

Um aparte do Sr. Júlio Martins.

O Orador: — Não é verdade que diante de qualquer membro do Governo, de miai ou do Sr. Ministro do Comercio, se tivessem produzido afirmações menos di-guificantes para qualquer funcionário do Estado, para qualquer membro do Conselho de Administração dos Caminhos de Ferro, e, se tal tivesse acontecido, toriam sido rigorosamente castigados. Diante de mim, ao Barreiro, alguns operários começaram a esboçar algumas críticas um pouco mais ousadas o imediatamente declarei que cortaria a conversa, por isso que não podia de modo algum admitir que na minha presença tais operários fizessem afirmações monos respeitosas para com os seus superiores.

Em relaçiio aos ferroviários, procurou o Governo elevar os respectivos salários, porque há nas suas reclamações, era parte, um fundo do justiça que o Governo 113.0 quere desconhecer e peremptoriamente declara reconhecer. Supunha-se, porém, que essa justiça estivesse d e atro das probabilidade s do Tesouro Público. A Administração dos Caminhos de Ferro do Esta-do-i m portava para o País um déficit de cerca de 20:000 contos e ao Governo cumpria o dever de procurar acabar com tal regime, embora melhorando, na medida do possível, as condições económicas dos ferroviários.

Se essa melhoria não representasse um benefício que satisfizesse por inteiro os ferroviários, isso seria um assunto a tratar, não constituindo de me d 3 nenhum motivo para aqueles funcionários se lançarem, numa greve, procurando impôr-se pela força a uni Governo que se mostrava disposto a discutir a questão com o mais-ain.pl o espírito do conciliação.

O movimento está hoje reduzido, é car-to, a um aspecto meramente económico;. todavia, isso sucedo hoje, porque ele surgiu eui termos que, segundo as informações recebidas pelo Governo, tanto internamente pela sua polícia, como externamente pelas várias fontes do que dispõe,, se procedia com ameaças de perfnrbaçjlo

geral, não apenas na Península, mas- também em outros países, e ao Governo im-puiiaba-s©1 a obrigação- de tomar medidas para. que o ordem se mantivesse implacá-velmente em Portugal. Era indispensável que assim sucedesse, pois, como a Camará não ignora, o mais pequeno motim, que em Portugal se produza tem lá fora avolumada repercussão.

Infelizmente, Sr. Presidente, Portugal sempre teve1 maus- filihos & continua a tê--los, tendo sido senvpre também uraa fronteira aberta a todos os aventureiros. (Apoiados).

O Governo tinha, pois, como disse, o dever de providenciar no-sentido de obstar a que' o estrangeiro fosse1 levado ao convencimento de que no& encontrávamos em guerra civil. Apesar, porém, das ameaças, apesar dos actos terroristas pratica-•d-os, dosde a primeira hora que o Govôr-no deu a idea do que possuía os meios suficientes para manter implacávelmente a. ordem- pública em Portugal, sem sequer ter sido preciso recorrer ao* expediente-mesquinho, tantas vezes usado entre nós, do proibir os- jornais- do publicar os manifestos grevistas. O Governo permitiu aos ferro vi círio s- toda a latitude ° da sua defesa, não fez prisões sistemáticas, não fez proibições à imprensa no sentido de coartar qualquer direito de defesa, não realizou, enfim, violência alguma, não tendo sido disparado um só tiro para dominar pela força o movimento, que seguiu sempre o sen curso perante a indignação nacional. Só um ou, outro político de baixo coturno, sem escrúpulos, ó qiier procurando aproveitar &sse nio-viment® em. benefício de ambições loucas, é que se não indigno-u perante o carácter que et® tomava.

Na atitude- tomada pelo Governo em relação às greves,, há a necessária energia, há a indispensável decisão, mas sem exageros, som violências d© espécie al-I guma.