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Diário da Câmara dos 'Deputados

díeixamío a outra metade à liberdade- do comércio.

Eu não digo isto p ar a "me louvarem, por-qtie o que1 quero ó que conheçam o es-fôrço quo t'e'nha posto- na reiiolução destes problemas. Podem negar-me inteligência, mas não me neguem, a vontade de acertar de que estou animado. (Apoiados).

Da mesma forma que para o açúcar, ffe um contrato para o fornecimento do milho para a Metrópole.

Sabem V.Ex.as, ninguém o ignora, que •o País, sendo antes da guerra deficitário apenas em relação ao trigo, é hoje deficitário em relação a todos os cereais. E também ninguém ignora que- o milho colonial, colocado aqui em Lisboa, íica mais bamto ao que o próprio milho produzido- no continente.

Fez-se o contrato em virtude do qual a outra parte se obriga a fornecer tantas toneladas de milho a um prego estabelecido sob a pena pecuniária do pagamento duma multa relativamente avultada, creio que de 50 contos, se porventura não realizar o contrato.

Sr. Presidente: estou ainda convencido de que, seguindo pelo mesmo caminho, estabelecendo o mesmo regime cOulriUoal em relação aos vários artigos das colónias •o do estrarrgeiro, poduinos chegar, dentro dum curto prazo de tempo, a uma relativa baixa de preços.

Posto isto, vou retomar o fio das mi-, nhãs considerações.

Encontrando-me em face dessas greves, eu não tire- outro cuidado, outra tendência do que procurar resolvê-las, por via de regra, sempre cm benefício do •operariado.

Assim se resolveu a greve do pessoal da Imprensa Nacional, assim se resolveu & greve do pessoal da Casa da Moeda, assim se resolveu a questão dos próprios marítimos. Foi devido aos esforços do Governo, e moito especialmente aos esforços do Sr. Ministro da Marinha, que os marítimos, e especialmente os capitães de navios, conseguiram os ordenados que Actualmente recebem e qne a própria opinião- pública considera fabulosos.

-O Governo não tem que se preocupar com os agradecimentos dessas classes, mas o que não pode- esquecer é que em seguida, poucos dias depois de o Governo ter demonstrado uma boa vontade de re-

solver a questão, os marítimo-s, por uma; questão de natureza- moral, lançaram & País nas consequências duma greve â® qual resultaram prejaizos enormes- pa-rífi toda a Nação.

Eesolveu-se ainda, por intervenção do1 Governo, e especialmente do Sr. Ministro-das Finanças, a questão dos- elóctricõs, qne se arrastava demasiadamente, não por vontade do Govc>rno, roa-s porque- nela es-tava enxertada a questão política, e o Sr. Júlio Martins não desconhece- comple-tamente a questão.

O Sr. Júlio Martins:—E por estar enxertada a questão política o Governo deixava prolongar a greve? Ern questão de ordem, pública não há questão polític-a.

O Orador:—Foi devido à intervenção directa e enérgica do Governo que essa questão se resolveu em benefício do operariado.

O Sr. augusto Bias da Silva: — E da Companhia.

O Orador: —Não é bem assim, e- tanto não é, que esto u convencido de que perdendo a Companhia dinheiro, dentro em pouco a questão se levantará de novo, e se a , Câmara não se preparar para a resolver, novamente a qnostSo se arrastará com gáudio de uns, porventura, mas com absoluto prejuízo da economia da cidade.

E para solucionar a situação o Governo para isso ó impotente, visto que só de acordo pode intervir nas resoluções das Câmaras Municipais. (Apoiados).

Estava-se tratando de resolver acerca das reclamações dos funcionários, o Governo tinha o assunto entre rnãos e achava-se marcada uma reunião do Conselho de Administração dos Caminhos- de Ferro precisamente para daí a dois- dias, a fim de se tomar uma deliberação- definitiva sobre o assunto, quando a greve estalou. Facto idêntico se deu com os ferro-viàrios da Companhia Portuguesa, cuja greve se iniciou justamente na véspera do dia em que, por acordo entre os próprios ferroviários e a Direcção da Companhia, se tinha assente que esta daria uma resposta sobre as reclamações.