O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sesxão de 18 de Outubro de

19

O Governo, Sr. Presidente, tem mostrado que não tem uma oridntação a seguir; o Governo, Sr. Presidente, antes de rebentar a greve ferroviária, mandou o Sr. Ministro do Comércio parlamentar com os grevistas, e bem assim com a Direcção dos Caminhos de Ferro, para depois mandar ocupar as estacões por forças militares.

Eu, Sr. Presidente, não combato o Governo pelo facto de ter mandido ocupar as estações pela forca pública, por isso que qualquer outro Governo se pode ver na necessidade de o fazer; porem, com o que não concordo. 6 que o tivesse feito depois de ter andado, pode assim dizer-se, de braço dado com os mene-urs dos grevistas.

Isto, Sr. Presidente, é que se não compreende. e que não fnz sentido.

O Governo, Sr. Presidente, até hoje, era todos os ramos de administração, tem dado as maiores provas de incompetência. nada fa/.endo relativamente à questão ferroviária, greve esta que está prejudicando enormemente o país e complicando ainda mais a questão deis subsisfências.

Pode o Sr. António Granjo vir à Câmara ler telegramas quo tem recebido de vários pontos do país. ciando lhe o sen apoio, porque a verdade é quo Gsse apoio não existe, e do que o país necessita, é de homens fortes e enérgicos e com envergadura para bom poderem governar este país.

Sr, Presidente : a minha opinião é de que o Govfirno não pode continuar no poder.

Nestas condições, a atitude do Grupo Popular é bem clara; nós combatemos este Governo, hoje, amanhã e sempre, e não nos calaremos emquanto ele se não resolver a abandonar o Poder, se bem que o Grupo Popular não tenha aspirações a ir ao Poder, comquanto esteja convencido de qne teria a força necessária para bem governar.

Sr. Presidente : não nos cansaremos de dizer isto e andaremos 'para a frente até que o Governo se resolva a cair.

Nós iremos sompro para a frente contra o Governo.

O Governo há-de cair, mas há-de cair reconhecendo a sua incompetência,, o seu desleixo e a sua falta de acção.

S«'n-lo assim, o País pode estar tran-rpiilo, porque o Sr. Presidente do Minis-

tério está pronto a falar com toda a gente e a f azo r conciliações, mas parece-me que o Governo nada consegue.

A missão do Governo é ter uma directriz, e desde que o Sr. António Granjo é Presidente do Ministério, eu lhe tenho pre-guntado sempre qual é a directriz do seu Governo, e não tenho encontrado nenhuma. (Apoiado*),

Pelo contrário, o que tenho encontrado é o caos e o desprestígio do Poder Executivo.

O Governo diz que quere caminhar, e acrescenta que quere uma política de conciliação, mas não será a acção deste Governo que trará essa conciliação; pelo contrário, produzirá a guerra das classes que já está estabelecendo. (Apoiados).

Nós estaremos contra o Governo, e teremos uma acção cada vez mais forte, emquanto não livrarmos o País duma calamidade, como é a permanência deste Governo no Poder. (Apoiados).

Tenho dito.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando restituir, revistas, as notas tagnigráficas que lhe fo ram enviadas.

O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros (Melo Barreto): — Agradeço as palavras de aprôço pessoal que o Sr. Júlio Martins me dirigiu. Se pedi a palavra não foi, evidentemente, para intervir no debate político aberto sobre as declarações do Sr. Presidente do Ministério. Fi-lo, apenas, para associar o meu protesto ao do Sr. Júlio Martins, contra a especulação política que alguns elementos hostis ao regime estão desenvolvendo em torno das nobres, límpidas e consoladoras palavras proferidas em Londres, por LordCurzon, no banquete do dia 5 de Outubro. Nunca uma interpretação de boa fé poderia atribuir a essas palavras, cativantes para Portugal, o significado de pressão a exercer sobre o Governo0 Português no tocante a qualquer problema político do ordem interna.