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Diário da Câmara dos Deputídoe

tco do Comércio seria cumprida, mas com admiração sua e de todos- os trabalhadores; verificou se que S. Ex.a não só não atendia, às reclamações, mas mandava gaarnocer as linhas e estações pela guarda republicana, o que foi vexatório para a classe e deprimente para a Bepública.

Na hora agitada que corre em que as reiiivindicações operárias assumem um carácter cuja importância se faz sentir eloquentemente1, não faz sentido ver- um* maquinista do s-caminho s1 de ferro na exB-cneào do seu serviço com um representante dá1 ordem pública a seu lado. (Apoiados). E foi, talvez, este facto deprimente para a República e vexatório para a ciasse trabalhadora- a razão principal sp-nw.o a única do presente movimento gre-vHtai (Apoiados). Estranho é, p,orêm, que os Ovemos tam fortes e tam corajosos eni-m;3Jiter a ordem p.ública e em dcspre-sar • as justas reclamações dos que têm fome, se quedem impassíveis perante a, atitude de certos comerciantes e de certos agricultores cuja ganância; desmedida tem arrastado o país à. lastimosa situação em q u-1 se encontra. (Apoiados). Esquece o Governo, por exemplo,, que a Companhia União Fabril ainda luV pouco se negou, a fazer sair os seus adubos simplesmente porque a Câmara Municipal do Barreiro fizera incidir sobre os produtos dessa Companhia um imposto de 2 por cento-!

Xão é, pois, à classe trabalhadora que se • devem atribuir1, as responsabilHdades duma; tal situação, mas sim aos"comer-eifartes e a- todos-aqueles* que, aproveitan-do--se das. medidas do Sr. António Granjo, fizeram encarecer os géneros exagerada-mente, alguns dos, qirais, como- o. azeite-, atingiram preços verdadeiramente incem-portá.vTr-i-3.

Fizeram-se comparações na-imprensa;a; propósito das reclamações d^s ferroviários e a respeito delas p:erinita-nie a Câ> mara que eu faça- algumas objeeções. Afirmou- o Sr; Ministro do Comércio que oâi ferroviários não tinham razão nas-sniaâ . exigências- porquanto conhecia famílias-que recebiam grandes ordenados, pelo facto- de1 quási todos os seus membros1 fazerem parte- dos1 serviços* ferroviários.. repartição e que têm um,. filho Deputado, outro alferes e,.

talvez, a sopeir a > como- dactilógrafa em qualquer repartição do Estado?

; O Sr. Ministro, nas suas notas oficiais fornecidas à imprensa disse para provar a sem razão das reclamações dos ferroviários, que um assentador da linha ganhava 100$ e a SUA mnlher que em guar-da-barreira. vencia 70$ entrando assim em casa. desta família 170$ mensais !

Isto e simplesmente infantil!

<íEm como='como' que='que' casa='casa' sim-='sim-' ex.a='ex.a' muito='muito' do='do' ganha-='ganha-' mais='mais' entrará-='entrará-' p='p' este='este' ordenado='ordenado' ministro.='ministro.' não='não' s.='s.' porque='porque' _00='_00' certamente='certamente'>

Não ó minha intenção, nunca, a tive desde que entrei nesta casa, derrubar Governos, a- minha- preocupação é apenas levantar a- minha» voz oní defesa daqiiieles que trabalham toda a vida como eu.

Há uma afirmação muito importante que1 não pode passar sem: reparos, e p;ena tenho .que não esteja presente o Sr. Ministro do Interior. Disse S. Ex.a que as greves obedeciam- a um plano revolucionário com ramificações em todo o mun^dov Isto é rcalmante importante e muito grave.

É preciso que se conheça e saiba se as classes trabalhadoras portuguesas estão em relação com os comités revolucionários lá do fora para derrubar este estado de cousas.

Convidado p°ela organização operária para provar esta gratuita afirmação, disse-S. Ex.a que não podia apresentar os documentos comprovativos porque eram secretos; pois melhor- fora- que S. Ex.a não tivesse 'produzido tal afirmação', visto q'ue' não podia apresentar provas.

Eu não sei- neste momento em que situação se- encontra a1 greve- dos fcrroviá-rio«, mas estou convencido dê qne essa classe, qne tem estado sempre' e está ainda hoje ao lado da República, está disposta a transigir para que o conflito termine.

Srs. Ministros: é preciso que- V. Ex.as recebam, as comissões operárias quando pretendem tratai" dos seus interesses, ó preciso qne V. Es:.1"13 atendam aqueles (jue- trabalham-, que não têm- a preocupa^-cão de derrnbaa-em Governos; mas apenas procuram^ a melhoria da sua situação.