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Sessão de 19 de Oatubro de 1920

tas vezes 12 horas e passa noitos e noites fora de casa, e come fora, gastando aquilo que tanta falta faz aos seus.

Perante o exagerado custo da vida não há ordenados que cheguem.

E de esperar que amanhã alguns dos Srs. Deputados peçam aumento de subsídio por não lhes chegar o que actualmente recebem.

Nestas condições eu não acho exagerado o pedido feito pelos ferroviários, de uma subvenção de 100$ por mês.

Compreendo que o Estado por íalta de recursos não possa conceder tal subvenção.' Mas- eu queria, Sr. Presidente, quo o Oovôrno tivesse para com os ferroviários a consideração que elos lhe devem merecer, procurando entrar em combinações com eles no sentido de se chegar a conclusões imediatas.

O Sr. Ministro do Comercio (Velhinho Correia): — Nunca me recusei a tratar com os ferroviários que me procurassem em termos correctos. Quem afirmp o contrário falta à verdade.

O Orador:—Não é razoável que, para com as classes que reclamam melhoria de situação e que têm demonstrado sempre que não pretendem a desordem, se use do processo inqualificável de se lhes fechai-as portas dos seus sindicatos e associa-çõões, chegando-se ato a meter numa prisão aqueles que se colocaram à frente desses movimentos de reivindicações económicas.

Este estado de cousas não pode continuar.

Não tenha o Governo receio das classes trabalhadoras. Elas só procuram melhorar a sua situação.

Quero crer que todo o Governo tem o desejo de vor o barateamento da vida, mas a verdade ó que tom os entraves dos altos comerciantes, únicos culpados do es-, tado cm que nos encontramos. B são es-tea souliores que tom a audácia de pedir -ao Governo qoe reprima as grerc1-, quo

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prenda os grevistas, que proceda contra ôles com rigor! São eles — esses gananciosos comerciantes—repito, que têm a culpa da maior parte dos sacrifícios que as classes trabalhadoras vêm sofrendo, e a prova é que, antes do Sr. António Granjo ter decretado a liberdade de comércio, qnási que não havia de comer, e, logo após a publicação do tal decreto, aparecem todos os géneros, mas por preços incomportáveis ao bolso dos que trabalham.

O Sr. Costa Júnior : tavam assambarcados.

Sinal de que es-

O Sr. Ladislau Batalha:—Ainda não há em Portugal profissão melhor que a à°í ladrão. (Risos).

O Sr. Augusto Dias da Silva: — ,;Então o Sr. Presidente do Ministério não dá atenção ao que- se está dizendo da bancada socialista?

O Sr. Ministro do Comércio (Velhinho Correia):—Eu estou aqui a ouvir. Represento o Governo. Nunca se exigiu a atenção do Governo em massa para ouvir os oradores.

O Sr. Ladislau Batalha: — O Sr. Presidente do Ministério não pode dar atenção porque está, provavelmente, elaborando qualquer lei de protecção aos ladrões.

O Orador: — Não me sinto magoado pelo facto do Sr. Presidente do Ministério não me prestar aquela atenção que pode prestar a qualquer outro Sr. Deputado...

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Agricultura (António Granjo): — O facto de estar a conversar sobre matéria de serviço público não significa falta de atenção. Só poderá dizor-me que há falta de atenção da' minha parte, só deixar de responder às considerações que me são dirigidas.

O Sr. Presidente: — O Governo está a ouvir '\i. Ex.a com ulouvâo.