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Sessão de 25 de Outubro de 1920

O preço desse carvão, Sr. Presidente, será o do mercado inglês, para o que havia necessidade de nomear um contro-leur, para o que mo lembrei dos nomes de três oficiais que lá se encontravam, tais •como, os Srs. Lucas, T. Fernandes, e Monteiro, três oficiais cuja probidade é do todos conhecida, pessoas de muito me-reeimentOj um dos quais lembrei ao Governo para servir de controleur, isto é, verificar os preços, de maneira a serem defendidos os interesses nacionais.

Eu devo declarar à Câmara, quo o car-regamenío que se ficou a fazer quando •da lá saí ,e que deve estar a chegar ao Tejo, foi. feito em condições muito favoráveis, isto é, foi adquirido de maneira a poder ser aqui vendido por 40$ a menos do que o preço que actualmente está sendo vendido no mercado.

O Sr. Cunha Liai: — «J V. Ex.a poderá dizer à Câmara se esses fornecimentos são feitos directamente pelo Governo, distribuindo depois o Governo à indústria particular, ou se há nesses fornecimentos algum intermediário?

O Orador:—Eu devo dizer a V. Ex/-que ôsses fornecimentos são feitos, evidentemente, para o consumo nacional, e com o intuito de regular o preço do carvão no mercado, carvão esse que virá à consignação dos Caminhos de Ferro do Estado, à Companhia Portuguesa e a mais Companhias que necessitem do artigo.

Livre-nos Deus que nós não utilizássemos todas as nossas forças vivas internas de hulhas, lignites e águas.

Efectivamente, eu tive o prazer de reconhecer que, até numa região que me ó cara, porque é a da minha naturalidade, na confluência do Ardila com o Guadiana, perto de Moura, segundo as informações quo me foram dadas pelo distinto engenheiro, Sr. Freire de Andrade, se encontra uma mina de lignite. . Alôm desta, nos distritos de Leiria e Santarém, há outras do enorme potência, indicadores de que a massa total de lignite gorda é enorme, e tudo faz crer que, em três anos, se poderia produzir a quantidade de hulha necessária para que todo o sul do país tivesse energia suficiente para o seu consumo.

Tenho, por isso, a certeza de que, com am bocado do boa vontade, Lisboa podia.

dentro de trôs anos, utilizando a produção de Leiria e de Santarém, prescindir de importar este elevado número de toneladas de carvão.

Para se apreciar o montante gasto com a compra de carvão, basta dizer que ês-te se elevou a 35:000 contos nos últimos anos.

Se aparecer carvão mais barato, o Governo tem o direito de investigar como ó possível que um particular encontre mais barato do que o Governo.

Não há monopólio.

O Sr. Teixeira Gomes da primeira vez não viu o caso muito viável, mas agora oficiou-me, dizendo que iria empregar o melhor dos seus esforços, e que da parte do Governo Inglês tinha sido visto com muito ,bons olhos este novo procedimento de Portugal.

E claro que no contrato estão salvaguardados os casos de força maior, como., por exemplo, agora a greve dos mineiros, mas isso com certeza não afectará muito porque as greves lá são resolvidas mais depressa do que nos países quentes.

Pelo outro contrato ao país ficam asseguradas até 200:000 toneladas de trigo. Já este ano cerealífero, possivelmente, o Governo não utilizará mais do que 100:000, mas tem o direito de exigir as 200:000. Os preços é que não são iguais aos do carvão, embora a forma de fornecimento seja igual.

O Sr. Cunha Liai (interrompendo): — Qual é o preço actual? '

O Orador: —.Não sei neste instante porque preço será comprado.

Existe em Londres uma bolsa de trigo, em que se cota o trigo.

O trigo não é só inglês'. E de diversas procedências.

O preço do trigo ô dado ao Governo pelo seu representante, sem contar com o frete e seguro.

10 preço- da bolsa serve para orientar o nosso representante, para ele ver se ó bom.

Depois de informado o Governo sobre o" preço, se achar que convêm, aceita a oferta, se não, rejeita.