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Vieram até esta Câmara, e foram ato o gabinete do Ministro, reclamações elaboradas pela Associação dos Engenheiros Civis. E é principalmente esta corporação que vem reclamar contra a reorganização dos serviços. Lendo-se, porém,.essas representações que tenho presentes, verifica-se com •tristeza que essa associação mais se preocupa com a futilidade dum título, duma: denominação, do que propriamente com a utilidade que pode ter a reorganização efectuada por um Ministro do Comércio.

Mas é completamente perfeita em todas as suas pequeninas minúcias essa rjeor-, •ganização? Evidentemente que não, sendo os critérios tam diversos, .mesmo «iitro as pessoas conhecedoras do assunto. & fácil reconhecer que juntos três, técnicos, .dos serviços de Obras Públicas ou doutros, não! é possível conjugar os seus votos numa perfeita unanimidade de vistas. E assim, se eu tivesse de fazer a reorganização do Ministério do. Comércio, teria aceitado a base essencial da. reorganização agora feita, mas numa ou noutra particularidade teria pontos de vista diferentes, sem, contudo, considerar errada, a reorganização que foi promulgada.' ; , Mas é como disso: ó a preocupação tlum título, 'é o ataque injusto dessa associação a uma outra classo que também vivo dentro do Ministério do Comércio, e; cujos trabalhos os engenheiros. civis se1 tom honrado de subscrever, porque osj tem subscrito som a mais pequena objec-; cão. (Apoiados). ' '

A, representação que primeiramente foi levada ao Ministro do Comércio — triste é dizê-lo — levada por uma Associação de Engenheiros, o que consta, ora. grande parte, da representação enviada a esta casa do Parlamento, ocupa-se de quê? Ocupa-se do facto do aos antigos condutores de obras públicas só ter dado a no-, meação de engenheiros auxiliares, e isto de tal maneira que, pelo menos, quando redigiram essa representação a um Ministro, se esqueceram do escrever português. Os erros de gramática são manifestos, o entro os assinantes da representação está o Sr. Pinto Camelo, que. decerto foi quem a redigiu. . • ' :-

Tanto se preocupam os Srs. engenheiros com a classe que querem considerar condutores, quando elos têm desempenha: do, e oxalá possam, desempenhar jçom

x Diário da Câmara dot Deputada

perfeição, a função de condutores de trabalho.

Em todas, as classes há criaturas do mérito, e outras não.

Há criaturas ineptas, e a quem o diploma só contribui para chamar sobre elas uma atenção indevida, criaturas a quem chamamos doutores, e que verificamos que não têm nenhuma qualidade para o .serem.

Essas criaturas, só porque o criado de café lhes .chama doutor, o são, e porque se lhes curvam as espinhas.

Mas quando abrem a boca não têm ganho nada com a atenção que sobre eles incidiu, antes perdem.

Assim, também hA engenheiros que antes p.oderiam chamar-se condutores.

Só assim podem dizer que são realmente bons profissionais, sendo condutores de trabalhos. , •

Engenheiros só são considerados alguns, porque lhes foi passado o diploma.

Todos sabem que há o bom o o mau, porque há.criaturas corapotentes que se não devera confundir com os que não merecem classificação.

Muitas vezes esses trabalhos são feitos por condutores, exclusivamente por condutores, e subscritos depois, sem a mínima reflexão, pelos engenheiros.

,1 Porque os querem deixar sempre na situação de subalternidade?

Mas todas as classes, quando reclamam .é argumentando, coui o que se faz lá fora!

Esqueceram-se de ir ver o que se faz cm França, por exemplo. .

Podem verificá-lo pelos documentos que tenho presentes.

Nos serviços do obras públicas franceses são admitidas pessoas sem cursos quo possam assemelhar-se aos dos actuais Institutos Industriais.

Tenho aqui documentos quo se podem ver, quo podem ser vistos por engenheiros quo saibam ler o escrever português.