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Scng&o de 17 de Novembro de 1920

ressante de quantos possam concorrer para o desenvolvimento das províncias ultramarinas.

De facto, com excepção daqueles indivíduos que as circunstancias têm levado a permanecer algum tempo nas colónias portuguesas, poucos sHo os que conhecem os ,seUs produtos, as snas riquezas, a fauna.) a flora, o comércio, a indústria, as modalidades .especiais da vida. A simples leitura de livros e jornais não pode dar um largo conhecimento , das condições de exploração dos incomparáveis recursos económicos^ das suas possibilidades comerciais. Em países essencialmente coloniais como o nosso, vivendo hoje intensamente do intercâmbio da metrópole, como as possessões ultramarinas, é indispensável que um contacto cada vez maior, uma inteligência dia a dia mais completa se estabeleça entre aquela e estas.

O movimento neste sentido é geral em todas as nações que tônl colónias. A Inglaterra toma, corno sempre, a dianteira com um conjunto dê instituições utilíssimas e modelares, prestando relevantes serviços aos domínios e protectorados. Ele é o Imperial Institute, erigido em memória . da rainha Vitória, mas passado para ò Colonial Office em 1902, com uma direcção e despesas pagas pelo Ministério das Colónias, pelo índia OJjí~ce^ pelo Board of Trade e outros; duas grandes secções j a Scicntific and Technical Department e as vastas galerias de exposições ; o Emigrante Information Office, ondô se prestam todas as informações aos que pretendem colocar-se nas colónias j facilitando todas as operações concernentes ao que é a base bssencial duma boa eolonizaçãOí semelhante ao quê nada temos em Portugal, devendo e precisando ter; os Crown Ayents for the Colonieá, nomeados pelo Ministro das Colónias e funcionando como agentes comerciais ,e financeiros dos governos das colónias da coroa e protectorados, na metrópole, em número de cinquenta, tendo os domínios de setf yovvr/iment agentes privativos.

Se bera que, em menor oscala, veiu depois a Franca 0 a Bélgica com estabelecimentos semelhantes, todos tendentes à propaganda comercial, agrícola o in-dui.trki' dai.» colónias e ao desonvolvi-

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Na Bélgica fundou-se agora a Escola Colonial Superior, destinada a completar estudos das anteriormente existentes.

A índole dum simples parecer desta natureza não permite maisá largo exame do que em tal matéria se pratica nos outros países coloniais. Somente diremos que a febre do estudo e do reclamo vai a tal ponto que hoje, após a guerra, se está recorrendo aos grandes meios intensivos do cinematógrafo e dos paquetes--oxposiçao: aqueles fixando no film e fazendo em seguida circular pelos principais mercados os mais interessantes aspectos da vida colonial e estes dando á volta ao mundo com o mostruário completo dos produtos regionais.

E preciso gastar nesíe capítulo para colher depois.

Em Portugal, em tal sentido, muito pouco se tem feito, sobretudo com carácter oficial.

Não contando a Escola Colonial estabelecimento utilíssimo na preparação dos funcionários destinados ao ultramar, o Museu Agrícola Colonial qiie nnnca, por diversas cansas, correspondeu aos intuitos do seu.fundador, o Instituto Ultramarino e p Hospital Colonial, ambos com os seus fins particulares, apenas a Sociedade de Geografia tem empregado esíor-ços coroados de êxito em conformidade com os intuitos da presente proposta. Imenso devem a metrópole e os territórios de aíêm-mar a essa benemérita instituição. Contudo, a sua organização própria e os recursos financeiros de que dispõe, não permitem satisfazer a fins mais largos e cujo programa, vasto e inteligentemente compreendido, só pode ser executado por um instituto nas condições apontadas, razão pela qual à vossa comissão ó de parecer que deveis aprovar o dito projecto de lei.

; Sala das Sessões, em Julho de 1920.— Álvaro de Castro—Mariano Martins — Paiva Comes (com declarações)—Godi-nlio do Amaral — Ferreira da Rocha (com. declarações)—Domingos da Cruz—Pedro Pita—Jaime de Sousa,, relator.