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aumento. E, de facto, contra tudo o que seja desnecessário. Tenho dito.

Vozes: — Muito bem, inuito bem.

O Sr. Dias da Silva: — Sr. Presidente: esperava eu há pouco que otSr. Ministro das Finanças fosse um pouco mais eluci--dativo, dizendo mais ou menos o que pen-_sava sobre a questão financeira. S. Ex.a, porém, não. nos deu o mais leve indício de que tencionava enveredar por novos processos de administração, e, a propósito do empréstimo forçado, S. Ex.;l veio dizer-nos que era necessário enriquecer primeiro o País para depois lhe arrancar o dinheiro indispensável ao Estado. Quer

Sem dúvida, esta proposta tom por fim, primeiro, solver as dificuldades do .Estado, segundo, criar uma boa atmosfera na praça onde existe um grande terror pelo Sr. Ministro das Finanças, imaginando que vai lá buscar recursos.

O Sr. Ministro das Finanças (Cunha Liai) (interrompendo]:—V. Ex.a o a praça podem imaginar o que quizerem, e eu só heide exigir para o Tesouro o que for justo.

Apartes.

O Orador: — A praça estava aterrorizada, mas tenho a absoluta certeza de que hoje está regosijada, porque a proposta de V. Ex.a tende a melhorar a situação e a garantir um futuro do negócios, embora S. Ex.a já dissesse que queria seguir o critério de Karl Marx.

Eu sou dos que entendem, e continuo a afirmá-lo, que é necessário o aumento da circulação fiduciária, mas não para aumentar a riqueza de cada um, e sim para o desenvolvimento do fomento nacional e para promover a nacionalização das indústrias. Mas disso ninguém trata.

Não é possível no nosso País, sem aumentar a produção, estabelecer o equilíbrio da balança comercial e viver com um certo desafogo.

Por consequência, sou da mesma opinião que o Sr. Deputado do Partido Católico, Sr. Pacheco de Amorim.

Diário da Câmara dos Deputados

S. Ex.a disse que seria justo que o Parlamento autorizasse o quantitativo necessário para solver as necessidades dum ano da vida da nação, mas eu ainda reduziria a autorização a dois meses, por-quo estabelecer quantitativos para tam largo espaço do tempo não ó possível. Seguir tal processo é caminhar para o caos e para o abismo. Eepito, não vejo nesta proposta senão o fim de alegrar a praça.

Esta proposta há-de desvalorizar ainda mais a nossa moeda, e há-de reflectir-se nas classes trabalhadoras, como já tenho exemplos e ultimamente com o Ministério do Sr. António Granjo.

Uma proposta ,destas votada, assim, isoladamente, só vem. agravar a situação da vida.

A declaração ministerial é vaga sobre a situação financeira. E preciso que o Sr. Ministro das Finanças nos diga o que tenciona fazer. O País precisa saber o que pretende fazer o Estado para que se possam esperar melhores dias.

Uma afirmativa do Sr. Cunha Liai é que o capital em Portugal só tem servido para os jogos malabares da rua dos Capelistas. Não tem esse capital servido para o desenvolvimento da riqueza do País, antes tem concorrido para o empobrecer.

De resto, isto está de harmonia com a orientação de muitos políticos da nossa terra, entre os quais se podem contar os monárquicos, e essa orientação é a de que «quanto pior, melhor». Com a proposta que se discute, vemos que só se vai facilitar essa finalidade.

Todos os Governos têm afirmado que é ao Parlamento e não a êles^ que pertencem as responsabilidades de muitas cousas más que reconhecemos ainda existirem .

Cabe, de facto, ao Parlamento muita responsabilidade, visto que o Parlamento tem sido o maior inimigo do País.

Vozes: — Não apoiado! Não apoiado!

O Orador: — Tem responsabilidade porque só tenho visto fazer-se aqui muito obstrucionismo. discutir-se mnita política. As cousas úteis não se têm discutido; os assuntos importantes são relegados para segundo plano.