O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

8

porque tendo feito referências ao Sr. Álvaro de Castro na ausência de S. Ex.a, eu permiti-me a liberdade de por ele lhe responder.

Naturalmente agora S. Ex.a deseja dar explicações sobre o assunto e eu entendo que a Câmara não deverá impedir que S. Ex.a fale.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente:—Agora que estou elucidado do que se passou quando não estava presidindo, tenho a dizer ao Sr. Plínio Silva que nenhuma dúvida tenho em lhe conceder a palavra para explicações, mas pedindo-lhe a fineza de ser conciso nessas explicações, respeitando os termos d8 Regimento.

S. £.x.a não reviu.

O Sr. Plínio Silva (para explicações):— Sr. Presidente: agradeço à Câmara ter--me concedido a palavra para explicações, permitindo-me assim responder ao Sr. Américo Olavo. Com efeito não podia deixar de falar, visto S. Ex.a não ter tido, ao que me pareceu, apanhado a justa compreensão das considerações que há pouco produzi.

S. Ex.a devia ter a elas prestado maior atenção, cumprindo-me afirmar categoricamente que não toquei na alta figura do Sr. Presidente da República. Não fiz, jamais farei a mínima referência de apreciação aos actos que como supremo magistrado da Nação e dentro da Constituição, S. Ex.a pode livremente praticar.

Ninguém, mesmo dentro desta casa, de outra forma deverá proceder em virtude do regime político republicano que todos igualmente defendemos.

Se alguém tentou trazer essa alta figura à discussão no Parlamento, não fui eu, não foi o meu Partido.

Verberei as palavras do Sr. Álvaro de Castro porque ninguém contestará com verdade que os termos em que S. Ex.a falou no final cfa última sessão não mereciam os mais justificadíssimos reparos.

Sr. Presidente: é assaz curiosa a doutrina do Sr. Américo Olavo Pela opinião manifestada por S. Ex.a depreende-se logicamente que o Sr. Álvaro de Castro, como Presidente do Ministério, podia acusar o Parlamento como entendesse sem que Csto tivesse o direito de se defea-

Diário da Câmara dos Deputados

der, repelindo altivamente as suas acusações.

Não me referi ao Sr. Álvaro de Castro como pessoa ou Deputado, mas sim ao Presidente de Ministério; foi contra as palavras deste que levantei indignadamente a minha voz.

Não tinha do esperar que S. Ex.a viesse de novo ocupar o seu fauteuil de De-put«do; em qualquer outra altura as minhas observações seriam descabidas c inoportunas. Aliás a circunstância de S. Ex.a ter assento nesta Câmara, por forma alguma pode servir de base para a doutrina que o Sr. Américo Olavo quis apresentar; sempre estabeleço princípios e a aceitar-se aquela j amais poderíamos apreciar as últimas palavras dum Presidente de Ministério que aqui pudesse voltar noutra situação.

Pareço-me, portanto, que estas explicações são mais que suficientes para demonstrar ao Sr. Américo Olavo que razão alguma tinha para procurar dirigir-me qualquer censura por mais leve que ela fosse.

Tonho dito.

O Sr. Lúcio de Azevedo (para exptit.a-çoes : — Sr. Presidente: desejo unicamente dizer que a referência que fiz ao facto de alguém ter saído pelas porta» da sala quando o Sr. Presidente do Ministério falou na sessão de ontem, me queria referir a mim próprio.

Se saí da sala não foi por menos consideração pelo Sr. Álvaro de Castro, individualidade quo há muito me acostumei a admirar pelos seus serviços à Pátria e à República, mas, porque compreendi que o Sr. Presidente do Ministério, por motivo da irritação em que estava, havia perdido aquela linha de conduta que como Presidente do Ministério tinha o dever de manter nesta Câmara, permitindo-se proferir expressões que podiam ser consideradas injuriosas, e que se não podiam admitir.

Foi nestas condições que entendi quo o melhor que tinha a fazer era retirar me, como o fiz, como prova do meu protesto.

Era esta a explicação que tinha por dever dar a esta Câmara.

Tenho dito.