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Diário da Câmara dos Deputado®

mais instante resolução, o Governo confia no elevado espirito republicano e patriótico do Parlamento Português. — O Presidente do Ministério e Ministro do Interior, Liberato Damião Ribeiro Pinto,

O Sr. Presidente: — Agradeço a V. Ex.a as saiidações que em nome do Governo acaba de me dirigir.

Já disse há pouco e repito que estou possuído da confiança de que chegou a hora de se entrar num período de serenidade e acalmação política que permitirá ao GovOrno e ao Parlamento iniciar a grande obra do reconstituição nacional que é necessário fazer. Nessa grande obra tem o Governo uma grande parte de iniciativa e ninguém poderá dizer que ele é inferior às responsabilidades do momento.

O Governo é constituído por figuras prestigiosas da República, algumas das mais categorizadas, das mais cheias de serviços, tendo à sua frente um homem de valor, inteligência o patriotismo que se chama Liberato Pinto.

A V. Ex.a os meus agradecimentos.

O orador não reviu.

O Sr. António Maria da Silva: — Sr. Presidente: um momento singular o delicado levou à Presidência do Ministério um querido amigo nosso, o ilustre Deputado Sr. Liberato Pinto.

De há muito, sabem-no todos, o Partido Republicano Português preconizou a constituição dum Governo em que se representassem todas as correntes parlamentares e ainda há poucos dias informou quem de direito que mantinha esse velho objectivo, sem que com isso quisesse prejudicar qualquer solução que fosse julgada lógica perante o desenrolar dos acontecimentos políticos. Infelizmente, porém, não conseguimos que vingasse essa nossa opinião e ao ilustre Presidente do Ministério actual sucedeu o mesmo, não por sua vontade, não porque nele não concorressem circunstâncias especiais que lho podiam facilitar ,mais do que a outrem o conseguimento desse fim; em todo o caso aproximou-se dessa solução e ainda neste transe demonstrou uma grande dedicação, um invulgar patriotismo. E também por patriotismo que o Partido Republicano Português comparticipa do.Poder, reprô-

sentando-se nele por três dos mais valiosos, dos mais ilustres membros do mesmo-Partido.

Tem, portanto, o actual Governo, pela sua constituição, o apuio mais que suficiente para se poder iniciar aquela obra de que o país absolutamente carece e de-que, infelizmente, andamos arredados do-há muito, Governo e Congresso, tornando-se absolutamente necessária a colaboração destes dois Poderes para que se faça aquela obra que dignifica um regime.

Não podemos atribuir as rpsponsabili-dades do adiamento ao eleitorado político. Mas porque nos- encontramos em uma situa-cão em que a. obra pode ser profícua (e terá do o ser, e convcnçamo-nos todos do-que será), fica o Partido. Republicano-Português satisfeito em sua consciência e-assegurado de que a discussão dos orçamentos se fará em condições tais que não' seja prejudicada a boa administração pública, mas também, com a celeridade que-o caso importa, se iniciará o estudo das> medidas financeiras absolutamente indispensáveis, e que se tratará das mais momentosas questões, quer sob o ponto de vista económico, quer sob o ponto de vista social.

Isso não basta, Sr. Presidente, e para, essa obra dá o Partido Republicano Português todo o seu apoio ao Governo,, como o daria a qualquer outro Governo-que se propusesse levar a efeito idêntica. obra, tendo-se previamente assegurado-dos elementos indis-pensáveis.

Sr. Presidente: não precisa o-meu Partido de definir a sua situação-perante este-Governo.

Pela individualidade que-presideao Governo e por cooperarem nele três dos-mais ilustres membros do Partido Repu.-bMcano Português,. o> país poderá avaliar quanto é sincero e dedicado o apoio que-nós damos ao actual Governo,, e com o-qual não lhe faltaremos em nenhum momento.