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Diário da Câmara dos Deputados

Não temos os posados encargos doutras nações, como por exemplo a França, já sobrecarregadas de impostos nas suas forças vitais, o com uma parte delas destruídas, e apesar disso, encontramo-nos em piores condições do que elas.

Este facto, que apontamos à atenção do Governo, resulta principalmente duma crise de desconfiança a que ó necessário pOr termo.

E ao Governo 'da República'que compete combatô-la, fazendo a demonstração dos recursos com .que o país podo e devo contar c trabalhando para aproveitá-los inteligentemente em libertar Portugal da sitnaçíto em que se encontra.

Confio, pois. em que o Ministério-que hojo se apresenta a esta Câmara, composto de homens republicanos, conhecedores dos assuntos públicos, consiga encontrar o reuiódio do que o país precisa.

Sr. Presidente: envolvendo todo o Go-vôrno na- minha saudação'o nas minhas homenagens, mesmo porque grande parte dele é constituído por aqiiflas mesmas figuras que há poucos dias tive ocasião do saudar, eu devo especializar neste momento a figura do Sr. Presidente do Ministério.

O Sr. Presidente do Ministério é efectivamente um republicano, a quem o regime e a Pátria já muito devem, pelo seu osfôrço incansável e pela sua decidida onergía, na defesa da integridade do regime e na defesa da ordem pública, e ainda, pelos seus serviços prestados nos campos do batalha, concorrendo aí para levantar bem alto a bandeira da Pátria.

A S. Ex,a, pois, mo permito neste momento dirigir em especial as minhas homenagens.

Sr. Presidente: resta-mo afirmar a V. Ex.a c à Câmara quo o Grupo Republicano Dissidente, longo de levantar embaraços e dificuldades à organização deste Ministério, para ela concorreu, com a maior abnegação e sacrifício, não fazendo a esse respeito mais do que seguir o exemplo que lho deu a sua mais alta figura representativa, entrando para o Governo, e assumindo a gerência da pasta dos Estrangeiros.

O Grupo Republicano Dissidente, coerente com os seus princípios o com as afirmações feitas nesta Câmara, dará, pois, a sua mais dedicada colaboração a este

Governo, cumprindo assim o seu dever, para com a Pátria e para com a República.

Tenho dito.

O Sr. Vasco de Vasconcelos :— Sr. Presidente: estando o Partido cm nome do-quem tenho a honra do falar representado no actual Governo por dois dos seus-categorizados marechais, pleonást coseria dizer que o Partido Popular apoia Dste-Governo.

A convicção que temos do quo os nossos correligionários vão fazer uma obra, nacional" compensa-nos do desgosto que-sentimos, por os não termos ao nosso-lado.

Sr. Presidente: chegou, felizmente, o momento para a República Portuguesa, cm que, diminuindo-se ivredutibilidades e-incompatibilidadcs, pessoais, no Governo-se encontra um grupo de homens com dedicada boa vontade para realizar uma obra útil.

Na formação do Ministério há homens-de talento, homens do bem quo querem servir o seu país, tendo pontos do vista comuns em que todos se podem encontrar para trabalhar. (Apoiados).

Neste momento, do tam alta importância para a República Portuguesa, o meu. coração de patriota rejubila por ver que. na organização deste Ministério, se pOs à frente dele essa figura prestigiosa do Sr.. Libcrato Pinto, que, pelas suas qualidades e virtudes de cidadão republicano, é-uma sólida garantia para todos (Apoiados), para as próprias correntes conservadoras.

S. Ex.a, pelas suas qualidades deve pô--las à vontade, tendo assim concorrido,, por um conscrvantismo largo, para uma política do isenção o patriotismo que neste-momcnto se impõe, como nenhuma ontra.

Vejo representados no GovCrao nomes de velhos republicanos quo, pela sua categoria social, se impõem, como o antigo prc-side.nto do Ministério passado, no lugar de Ministro, pelo que sinto grande satisfação. (Apoiados}. *

Infelizmente, nas crises políticas que o> regimo tem atravessado, noni sempre têm aparecido os homens necessários para a sua resolução.