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Sessão de 16 de Dezembro de 1920

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O Orador: — Creio que se isso fosse possível, se poderia obter imediatamente uma sensível melhoria de câmbios. Mas o facto é que não é possível exigir esse sacrifício ao País, não por menos patriotismo, mas porque não há o dhx-ito de o fazer morrer à fome. Neste momento em que tudo escasseia, a única base positiva de alimentação é o pão ; piorem o pão em qualidade e aumentem-lhe o preço e não haverá maneira de se poder viver em Por-tagal.

Julgo que este assunto deve merecer à Câmara uma atenção profunda, justamente na ocasião em que se trata de discutir as propostas de finanças. O País reclama economias. Eu sei, é certo, que essas reclamações por parte de algumas classes são pouco sinceras, mas, apesar disso, creio que nós não podemos pedir ao País, sacrifícios pesadíssimos, embora necessários, eem empregarmos o mais pequeno esforço para eliminarmos uma despesa que monta a 50:000 contos.

Em todas as regiões da província o pão se compra entre 1$ e 1$20. Quando fui Ministro da .Agricultura eu tive a coragem de elevar o preço do pão, quando toda a gente tinha o receio de que de tal facto resultasse uma revolução E elevei-o, por uma só vez, em mais dum terço, passando-o de $28 para $40.

Não sei se presentemente, por considerações de ordem política ou por quaisquer outras, é ou não oportuno levantar novamente o preço do pão; o qne sei é que é absolutamente indispensável que os Governos mostrem conhecer a questão, dando, ao mesmo tempo ao País a certeza de que se vai mudar do processos na aquisição dos trigos, quer adoptando o regime contratual directo ou por concurso, quer o t regime de monopólio, como indicou o Sr. Álvaro de Castro, hoje membro do actual GovOrno, quer ainda adotando quaisquer medidas que indiquem o propósito em que o Governo se encontra de fazer administração.

Com esta proposta, porém, o Governo apcaau mostra o propósito em que se encontra de prolongar a delapidação dos dinhciros públicos.

Desejaria qno o Sr. Ministro da Agri-C:ulttii';í, nos tUstíesso GO bastava ou nílo o tkvi-iiii,' íaii;M'h;r3 ou se proçis.o rdxtfçvvr

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podem ser 50:000, porque esta quantia não corresponde ao objectivo de S. Ex.a Se pensa em fazer essag compras, como até aqui, não precisa de 50:000 contos. Eu precisei apenas de 4:000.

O Sr. Ministro da Agricultura (João Gonçalves): — ^Como pagava?

O Orador: — Paguei a todos os fornecedores de trigo.

Nem podia deixar de pagar porque não há ninguém que ofereça trigo sem que se lhe pague.

Por fim, como parlamentar, quero protestar contra a atitude e palavras do Sr. Ministro das Finanças, (Apoiados.} referindo-se a esta Câmara. (Apoiados}.

Fui alcunhado de faltar ao respeito a esta Câmara, e a mim 'não me acusa a consciência de ter proferido sequer uma palavra que se parecesse com a atitude de desafio por parte do Sr. Ministro das Finanças. (Apoiados).

Quero que o meu protesto fique lavrado nesta sessão, contra essa atitude. (Apoiados}.

O orador não reviu.

O Sr. António Jffaria da Silva: — Sr. Pré* sidente: encontramo-nos ,de há muito numa situação delicada, bastante delicada mesmo, no que se refere à nossa economia e às finanças do Estado.

Talvez seja este õ motivo porque andamos todos tão nervosos.

Mas não é por este processo que ha-ve-raos de resolver o problema grave da administração pública.

Assim não nos podemos manter à altura da nossa missão; e pratica-se isto consciente ou inconscientemente, com vantagem ou sem cia.

Parece-me que o melhor seria passar uma esponja sobro o passado, e procurarmos administrar melhor.

Vivemos, largamente do regime dos precedentes o das retaliações com que o Puís ntida, gnului. (Apoiados).

Antíííí devíamos todos concorrer pani qualquer acção útil o proveitosa.

Nilo podemos infelizmente., deixar do compr.'ir aquilo qne ó essencial.