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e sobre todos. Chegámos a este triste resultado, e parece que não temos a coragem de diztT uns aos outros aquilo que pensamos, desde que as palavras que proferimos não afectem a dignidade de quem quer que seja.

O Sr. Ministro da Agricultura não ó responsável pela série de desvarios que na terra portuguesa, nestes últimos anos, se tom feito em matéria de administração pública.

Encontrou esta situação e S. Ex.a sabe muito bem o que há-de dizer, isto é, sabe muito bem as palavras que há-do pronunciar.

S. Ex.a precisa de comprar, mas necessita ter com quê, e os fundos que S. Ex.a pede são para garantir o abastecimento de trigo, até meado de Fevereiro, e permitir que durante Ôste prazo possa realizar contratos para fornecimentos. S. Ex.a pede esta verba, porque é precisa, e ninguém tem o direito de duvidar da sua honestidade.

O que se faz no Ministério das Finanças é muito diferente do que faz um particular, que recebe unia verba, gasta-a e torna-a a receber depois de feito o negócio.

Trocam-se explicações entre o Sr. Ministro da Agricultura e os Srs. António. Gr anjo e João Luís Ricardo.

O Sr. António Granjo :—Mas são receitas que ficam à ordem no Tesouro Público.

O Orador:—Mas são consignadas a um fim designado.

Convenço me de que o Sr. Ministro da Agricultura tem razão.

O Sr. António Granjo: — E necessário preguntar ao Sr. Ministro das Finanças se não remedeia essa situação.

O Orador: — Sr. Presidente: não quero demorar mais a minha análise à proposta de lei em discussp.0.

Diz o Sr. Ministro da Agricultura que necessita da verba que pede na sua proposta, para ocorrer às necessidades do abastecimento público. Nestas condições o Partido Republicano Português não se recusa a aprovar essa proposta.

E, exposto isto, e como não tenho a certeza do tempo que aimta podorá ser consumido na discussão dosía proposta e,

porventura, de qualquer outra a que V. Ex.a dê a primasia por estar na ordem dos nossos trabalhos, eu peço a V. Ex.a que consulte a Câmara sobre a prorrogação da sessão, até que nos possamos pronunciar sobre a proposta relativa às contribuições industrial e predial, visto que o respectivo parecer da comissão de finanças já deve estar na Mesa e segundo me parece o Senado suspendeu a sua sessão até que esse documento fosse à sua análise.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — A proposta de lei a que acaba do referi r-se o Sr. António Maria da Silva está realmente sobre a Mesa; essa proposta teve ontem o voto da Câmara no sentido de ser hoje discutida antes da ordem do dia. Outros assuntos urgentes têm ocupado não só o espaço destinado a antes da ordem do dia como a parte da ordem do dia, visto que falta apenas uma hora e alguns minutos para se encerrar a sessão.

Efectivamente o Sr. Presidente do Senado fez-me siiber que tinha prorrogado a sessão não só para votar essa proposta mas ainda outras quaisquer medidas de natureza urgente que para lá fossem hoje, visto que amanhã não há sessão no Senado; pedia portanto aos dois Srs. Deputados quo ainda estão inscritos para que resumissem' as suas considerações a fim de ser votado este assunto e passar-se à discussão da proposta do Ministro das Finanças, não sendo talvez necessário prorrogar-se a sessão.

O orador não reviu.

O Sr. José de Almeida: — Sr. Presidente : poço a V. Ex.;l o obséquio de me enviar a proposta do lei que está em discussão.

É satisfeito o pedido do orador.

O Orador : — Sr. Presidente : reputo de tática pouco feliz esta de se apresentarem ao Parlamento propostas do lei da importância daquela que está em discussão pedindo para elas urgência e dispensa do Regimento.