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Diário da Câmara dos Deputados

ria um ónus incomportável para os parcos, e definhados recursos do Tesouro.

E preciso anulá-lo, é preciso que ele não passe dum mero devaneio do Sr. Ministro das Finanças, que teve o mau sestro de não ter sabido compreender que assim os destinos da Nação, amarrados já a um futuro de misérias e de privações, ficariam ainda sobrecarregados com o peso da canga dum contrato que seria o mais funesto e desastroso acto de administração pública.

Tenho dito.

O Sr. Ministro das Finanças não reviu os seus «apartes».

O Sr. Presidente : — Está nos corredores da Câmara o Sr. Deputado Inocêncio Camacho para prestar juramento.

Convido os Srs. Deputados José Barbosa, Nunes Loureiro, Malheiro Keimão, Jorge Nunes, Bartolomeu Severino e Vasco Vasconcelos a introduzirem S. Ex.a na sala.

íoi introduzido na sala e tomou assento,

O Sr. Ministro das Finanças (Cunha Leal):— Sr. Presidente : não há homem público nenhum, acima da craveira média, que não tenha o quarto de hora de assalto.

Neste momento esboça-se contra mim Q quarto de hora de assalto.

Querem pôr-me nesta condição de ou dizer cousas inconvenientes para os interesses do Estado, ou colocar-me na atitude de réu.

Pois eu declaro que não permito a ninguém que me coloque na situação de réu.

Apartes.

Começo assim por fazer duas pregun-tas, como questão prévia, à comissão de finanças desta Câmara.

Primeira pregunta :

Segunda pregunta:

Depois de ouvir as respostas concretas da comissão de finanças, eu falarei.

Sussurro.

Apartes.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando forem devolvidas, revistas, as notas taquigráficas.

O Sr. António Maria da Silva: — Sr. Presidente: só tenho a dizer à Câmara que acho extraordinário e fantástico que o Sr. Ministro das Finanças venha fazer semelhantes preguntas à comissão de finanças !

A comissão de finanças não é chamada ao debate.

Se o Sr. Ministro das Finanças tinha alguma comunicação a fazer-lhe, convocava essa comissão, que ela estaria ao seu dispor.

Mas tornar responsável a comissão por aquilo que queira dizer, não pede ser.

Era isto o que tenho a declarar. (Apoiados}.

Apartes.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro das Finanças (Cunha Leal): — Sr. Presidente: ouvi com toda a atenção religiosa que o momento de assalto requere, e tenho sempre pelo Sr. presidente da comissão de Finanças toda a atenção.

Mas notei o seu espanto homérico; ouvi S. Ex.a, e, serenamente, sem ira, digo que estou colocado nesta situação: de para me defender, dizer cousas que são inconvenientes para o crédito do Estado, ou ficar amarrado a um pelourinho a que qualquer criatura não quere qv:.e o amarrem.

Eu não estou disposto a essa amarração.

Se a comissão de finanças niio responde às minhas preguntas, roqueiro que seja convocada essa comissão, e que a sessão continue ininterruptamente ato o fim do debate, tomando a Câmara a responsabilidade do que eu tenho a dizer.,

Não acredito que um homen honesto se sirva de pasquins para atacar alguém.

Há jornais que são honestos, mas há pasquins que são facínoras.

Apartes.

Se a comissão de finanças não quiser responder, terei que dizer tudo.

Apartes.

O discurso será publicado na integra, revistas pelo orador, quando o orador devolver, revistas, as notas taquigváficas.