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Diário da Câmara dos Deputados

Eu vou ler um trecho que creio que é do cronista financeiro do Diário de Noticias que nessa época era o Sr. Emidio da Silva.

Os 24 mil contos a que se refere andam à roda de 50 milhões de libras, nias se V. Ex.a multiplica 5 por 17 e divide por 14 dá, pouco mais ou menos, 6 milhões de libras. Isto é, com o mesmo dinheiro antes se poderia comprar aproximadamente 6 milhões!

A Agência Financial' não era conhecida no Kio de Janeiro, era apenas um dos pequenos veículos do ouro do Brasil. Se S. Ex.a quiser poderá saber qual foi o ouro vindo do Brasil por intermódic doutros bancos.

V. Ex.a quere uma prova?

Na primeira semana do funcionamento da Agência publicaram-se anúncios tendenciosos que tinham por fim desviar os saques dessa agência.

Quere isto dizer que, movidos pela consciência, os bancos não aproveitaram os serviços da agência.

Seria bom que o Sr. Leio Portela averiguasse quantas transferências se fizeram sem ser por intermédio da Agência Financial.

A seguir V. Ex.a consulto Anselmo de Andrade, Salazar de Sousa • e Fernando Silva.

Antes da guerra, .o Brasil mandava para cá 5 milhões de libras e nessa épocí. havia *só uma agência,' no Kio; depois, instalaram-se nas grandes cidades do Brasil, e as transferências aumentaram, muito e em pouco a Agência Financial tomava a si o monopólio de todos os recursos feitos em ouro.

Não afirmo que não se tivessem dado irregularidades, porém, essas irregulari-dades tanto se podiam dar com um banco como com outro, mas não o afirmo sem ter dados seguros, pois não o posso fazer de ânimo leve; pois se eu tivesse a certeza eu daria o lugar condigno que podia ser uma cela da Penitenciária.

O Sr. Leio Portela teve conhecimento dum documento que positivamente foi roubado!

Quanto à especulação tanto se podia dar com um banco como com outro.

Esta cláusula é fundamentada e só tem um defeito : .é ser excessiva nente cautelosa dos interesses do Estado.

A denúncia fez-se nos ter .nos daquela circular que foi roubada!

A outra pregunta do Sr. Leio Portela fica prejudicada pelas considerações que já tive a honra de produzir.

Agora vamos à análise feita pelo Sr. Leio Portela à célebre circular.

O mínimo de um milhão e oitocentas mil libras, da remessa de ouro do Brasil, foi o que primeiro mereceu os reparos financeiros do Sr. Leio Portela.

Disse S. Ex.a que eu cometi o erro de procurar aumentos!

Não tem razão S. Ex.a dnda mesmo levando o caso para o lado jocoso.

Eu não quero mesmo, levando a questão para o lado jocoso, em que ela merece ser tratada, dizer a S Ex.a que o pôr o seu raciocínio em co idições de o levar até ao último extremo deve resultar equivalentemente ao seguinte: que convém reduzir ao mínimo, forque o máximo, o que convinha, eri reduzir a zero. ..

E fechar a Agência Financial.

O Sr. Leio Portela: — Apoiado!

O Orador: — Nesta altura intervém a voz amável do Sr. Leio Por rela. S. Ex.a disse um apoiado. Significa, parece-me, que S. Ex.a não tem receio de me acompanhar nesse meu raciocínio. Fechar a Agência Financial. Nada. Este raciocínio de adjudicar os serviços da Agência Financial pode levar aos mais profundos erros, desde que o máximo tanto se refere à Caixa Geral de Depósitos, como ao Banco de Portugal, como a qualquer outra instituição. E claro que o que é bom paru o Banco Português no estrangeiro é igualmente bom para o Banco de Portugal, ou para a Caixa Geral de Depósitos, de onde se deve concluir legitimamente que não há razão para ter uma Agência Financial.

O Sr. Leio Portela, ao qua parece, devia procurar exclusivamente isto: