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Diário da Câmara dos Deputados

vez de epítetos grosseiros, essa impronsí. deve palavras de cariuho e incitamento..

Um homem que aparece a defender a República, que importa que ataque um Ministro, fazendo por toda a parte a propaganda do ideal republicano!

A obrigação do Ministro republicano, se o é, é, já que não tem para essa imprensa palavras de agradecimento e de justiça, furtar-se ao menos a dirigir-lhe palavras de insulto, poupar-se ao menos anãc fazer dessa imprensa simples pretexto para objurgatórias inconvenientes.

Era preciso que estas palavras se dissessem nesta casa do Parlamento, porque o Parlamento não é, nem quere ser solidário com essa liberdade de linguagem, com essa facilidade de expressão, que pode ser uma grande qualidade para se proclamar num comício, mas que é uma péssima qualidade em qualquer homem público.

Sr. Presidente: eu disse quo todos os homens públicos devem ao país contas claras dos seus actos, vou até dizer que todos nós devemos ao país contas claras dos seus actos particulares, t Não distingo a honorabilidade pessoal da honorabilidade política.

Quem não ó honrado pessoalmente facilmente se desviará da pendente de honra em qualquer cargo público que ocupa.

Quero aqui dizer perante V. Ex.a, a Câmara e o país, visto que o meu jornal foi um dos primeiros a serem atacados pelo Sr. Ministro das Finanças, que o meu jornal não é guarda avançada dos financeiros, é órgão dum Partido, vive à custa desse Partido, cobrindo o seu déficit com suprimentos feitos por homens que estão nesse Partido, e desejaria que todos explicassem a sua vida pública e particular duma forma tam límpida e clara como eu vou explicar a vida à'A República.

A República tem, como todos os órgãos partidários em Portugal, um déficit mensal relativamente avultado; esse déficit tem sido suprido por uma letra que eu, com a minha responsabilidade pessoal, quo o Sr. Fernandes Costa, o Sr. Fernandes de Almeida, o Sr. António Fonseca e o Sr. António Mantas, com a sua responsabilidade pessoal, assinaram numa casa bancária. Depois disso a República tem vivido corn suprimentos feitos pelo Sr. Fernandes de Almeida e por um cor-

religionário meu, cujo nome não me sinto autorizado a revelar, suprimentos garantidos pelo traspasso do edifício onde está a República, e é assim que^ a República tem coberto o seu déficit. Nem a República nom eu temos qualquer ligação com os financeiros da praça; jamais as tive. Nem vão a minha casa dar-nie a palavra de ordem, nem ensinar-me o quo eu venho aqui dizer na oposição. Não os procuro para produzir nesta sala do Parlamento as minhas fáceis ccnsidcraçõcs, não precisando que ninguém me dê o recado.

E, Sr. Presidente, se é necessário também abrir a minha vida particular, os meus telhados são de vidro, as minhas portas estão bem abertas, não precisando socorrer-mo de subscrições d<_3 só='só' que='que' com='com' de='de' ganho='ganho' modestamente='modestamente' comerciantes='comerciantes' quaisquer='quaisquer' expediente.='expediente.' j='j' o='o' p='p' sim='sim' _3go='_3go' nem='nem' outros='outros' aventuras='aventuras' vivo='vivo' ganho.='ganho.' mas='mas'>

Estas palavras são necessárias, cada vez vão sendo mais necessárias, porque uns aos outros, com esta liberdade e facilidade de linguagem nos andamos a comprometer mutuamente seo a mais po-quena consciência, sem o me_ior respeito pela República.

Sr. Presidente: se V. Ex.a me pregun-tar se não me sinto envergonhado por mo justificar e por apresentar as contas do jornal que dirijo, direi que sim, mas a verdade ó que se torna necessário quo todos os republicanos, sem distinção de partidos, vejam em mim um soldado fiel à República e um homem honesto ao serviço da República. Não preciso dizer isto sob palavra de honra...

Sr. Presidente: como V. Ex.a certamente está lembrado, o Sr. Ministro das Finanças a propósito da questão da Agência Financial, pouco importando agora averiguar da relação que haja entre um caso e outro, permitiu-se faz,er algumas referências ao contrato dos trigos. Lembro-me mesmo que num dos primeiros dias S. Ex.a lhe chamou célebre, sendo certo que já ontem emitiu também esse precioso adjectivo.