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Sessão de 18 de Janeiro de 1921

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Sr. Presidente: eu não preciso desse argumento, falta de dinheiro, para justificar o contrato dos trigos porque assim mesmo, ainda hoje o considero, comercial e financeiramente, uma operação vantajosa para o Estado.

Mas, veja V. Ex.a, Sr. Presidente, como a tam curto prazo, a pouco mais de um mês, ó precisamente o Sr. Cunha Liai, actual Ministro das Finanças, que foi quem combateu com mais inteligência e com mais audácia, reconheçamos, o contrato dos trigos, é S. Ex.a quem vem dar plena razão a esse contrato. £ Põe-se em dúvida a situação do Tesouro?

Era tam angustiosa quando eu era Presidente do Ministério, como é angustiosa quando é Ministro o Sr. Cunha Leal.

Põe-se em dúvida se o Sr. Cunha Leal praticaria um crime se porventura não procurasse prover de remédio uma situação angustiosa, como eu praticaria um 'crime se não procurasse por processos que a mim se afiguravam melhores, prover igualmente de remédio essa aflitiva situação.

Eu já sabia nessa altura que, sobre a renovação do contrato com aAgêucia Financial, eu poderia fazer várias operações, já nessa altura a própria orientação do empréstimo, que não estava fora das intenções do Governo, também não estava longe da realidade. Já quando era Presidente do Ministério as mesmas aflições para a satisfação das necessidades do Estado, as mesmas aflições para o pagamento dos trigos, as mesmas aflições para pagamento dos próprios funcionários e dos empregados das legações e consulados, para a satisfação de todas as necessidades externas.

Já nessa ocasião a aflição e a angústia eram precisamente as mesmas.

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De uma forma que presumiu, uma forma inteligente, renovando o contrato "da Agência Financial, expediente este que estava à mão de qualquer Ministro das Finanças, desde que o quisesse fazer, em mais ou menos larga medida.

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Como disse, justificando o contrato no meio dum quási tumulto que me dava a impressão de que os meus argumentos

,riem sequer eram compreendidos. Estou certo, digo-o na Câmara alto e bom som, estou certo de que, se, porventura, eu tivesse posto a questão da amnistia, que era uma questão política que turvou um pouco o horizonte tanto fora como dentro do Parlamento, estou certo, repito, de que os meus argumentos haviam de ser facilmente compreendidos pela Câmara, porque eles são acessíveis, senão a uma inteligência excepcional, pelo menos a todas as inteligências bem intencionadas.

Procurei resolver o problema pela única forma por que um homem público digno deste nome —e nisto não vai elogio nenhum— o podia resolver, pelo aumento de produção, realizando uma política de fomento que mereceu o elogio e a confiança da lavoura do país, e que, se não fora à greve ferroviária, traria a melhoria da situação, por meio de contratos directos.

E á propósito de contratos directos quero acentuar que perfilho os contratos directos e que sou inteiramente contra os concursos, a que, como este, só podia concorrer, como eu vou provar, uma única casa bancária estrangeira.

Por meio de contratos directos, procurei remediar, tanto quanto possível, a situação, até que por um prazo certo, que, segundo as opiniões dos próprios técnicos podia não ir além de dois anos, valorizando o trigo nacional, valorizando os produtos nacionais, se acabasse com o preço político do trigo. .

Aproveitei as condições excepcionais para a intensificação da produção cerealífera, dando prémios de cultura avultados, favorecendo a lavoura mecânica «aumentando o j)reco do trigo nacional.

É preciso que se diga mais uma vez que o Estado está praticando todos os dias um roubo à lavoura, obrigando-a a vender o trigo por um preço muito inferior ao preço mundial, roubo a que ela se sujeita com patriotismo, o que não é reconhecido por aqueles que a acusam gratuitamente.

Procurava por este processo dar uma solução definitiva ao problema económico dos; abastecimentos.