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Diário da Câmara doa Deputado»

lado das potências aliadas como era do nosso dever, combatendo juntos com eles pelo Direito e pela Justiça, fazendo tudo isto com um sacrifício pesado como nação exausta de recursos, como nação há muito tempo fora das lutas com outras nações, como nação que vinha vivendo um período do paz externa que, porventura, atrofiava e amortecia as suas velhas energias guerreiras.

A esse facto aludiu o Sr. Leote do Rego, aqui, mais uma vez. Esse facto foi o de-zembrismo, que interrompeu o esforço que a Nação vinha fazendo para se erguer a toda a altura em face dos outros povos do mundo.

Todos sabem que eu não tenho respon-sabilidades nenhumas no dezembrismo. Todos sabem que eu, como quási todos os Sr. Deputados, que me escutam, sofri as perseguições desse período terrível.

Todos nós estamos inteiramente de acordo, quanto a considerarmos o dezem-briumo como causa determinante da má situação internacional que criámos perante as nações era guerra contra a Alemanha.

Não tivesse havido o enfranqnecimento da nossa participação na grande luta e as vantagens para Portugal resultantes do seu esforço, e os sucessos resultantes da acção dos nossos representantes junto da Conferência da Paz. e das várias rruniões internacionais em que tivemos delegação, seriam mais eficazes e do maior êxito.

Sr. Presidente: já que me refiro à nossa representação nas conferências internacionais, devo dizer mais uma vez, porque vem a propósito, que o trabalho desses nossos representantes, à frente dos quais sobressai a figura do Sr. Afonso Costa, foi o mais inteligente e patriótico, o mais heróico e denodado que podia exercer-se em defesa dos interesses e do bom nome do nosso país.

Ninguém, com maior fé, ninguém com maior galhardia, ninguém, £ porque não dizê-lo? com maior audácia, ninguém com maior conhecimento de causa, ninguém com maior prestígio, podia ter agido em defesa dos nossos interesses,' na conferência da paz, na Sociedade das Nações, em toda a parte onde tivemos de erguer a nossa voz em benefício da Pátria. Admiravelmente se conduziu o grande cidadão que presidiu à Delegação Portuguesa,

hora a hora, momento a momento, exalçando o nosso velho Portugal, para o qual ele anseia dias melhores e para o qual todos nós ambicionamos um futuro risonho e próspero.

Nunca é. demais encarecer os seus serviços ao País e à República, co:no os serviços dos seus colaboradores, já que, infelizmente, nem todos os portugueses os querem reconhecer, e alguns, mais .Infelizmente ainda, os procuram diminuir.

Se, em face da guerra, Portugal tivesse mantido sempre e até o im, ininterruptamente,' a posição da primeira hora, posição que, mais tarde, proturou restabelecer, o trabalho dos nosscs representantes seria facilitado, as «uas justas reclamações mais facilmente acolhidas. A culpa das dificuldades que tiveram a vencer não é deles, mas dos que, cá dentro, não souberam compreender o alcance do papel que nos cabia.

E depois? Erguida de novo a Nação para a luta em defesa do seu brio, as pugnas políticas dividem-nos internamente; ao vigor cem que lá fora portugueses procuram honrar Portugal, correspondemos nós com dissenções no me'.o das quais parecemos esquecer que muitc amamos a Pátria e a República.

O Sr. Leote do Rego, depo;s de se referir ao Livro Branco, o qual não está em discussão, diz que da sua Isitura avultam três nomes, apenas, para os quais vai todo o seu respeito e admiração.

Pronunciou os nomes dos Srs. Augusto Soares, Pereira de Eça e João Chagas. .

Sr. Presidente: a esses ncmes presto toda a minha homenagem. Ponugueses de lei, fizeram, na realidada, tudo quanto podiam fazer para o engrandecimento do nome de Portugal. Mas o Sr. Leote do Rego não teve uma apreciação justa sobre o papel desenvolvido pelo Sr. Teixeira Gomes em face da guerra.