O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

22

Diário da Câmara aos Deputados

tanto mais que a comissão de finanças não modificou o artigo 1.°, que está já aprovado, e introduziu alguns artigos novos em que estabelece quais as casas de assistência que o Estado deve proteger, quais as condições em que essas casas devem estar para receber os donativos e qual o quantitativo que o Estado pode dar.

Assim ficariam também satisfeitos os desejos do Sr. Manuel José da Silva, pois que em sua opinião esta verba deve ser distribuída às casas que estão necessitadas de receber donativos o não têm meios materiais para satisfazer os seus fins estatutários.

Sr. Presidente: requeiro, portanto, que a discussão deste projecto fique suspensa até amanhã, pois que, estando presente o Sr. Alberto Jordão, S. Ex.a mandará para a Mesa o parecer da comissão de finanças e a Câmara dos Deputados poderá então resolver sobre êss-3 projecto com mais conhecimento de causa.

Tenho dito.

Consultada a Câmara sobre o adiamento da discussão, resolveu afirmativamente.

O Sr. Plínio Silva (para um requerimento):— Sr. Presidenie: requeiro que a sessão seja pro-longada até se liquidar a questão 'da Agência Financial, ficando V. Ex.a com o direito de regular essa prorrogação como melhor entender.

Posto à votação o requerimento do Sr. Plínio Silva, foi aprovado.

O Sr. Eduardo de Sousa: — Requeiro ~a contraprova.

feita a contraprova, verificou-se o mesmo resultado, tendo aprovado 54 Srs. Deputados e rejeitado 11.

ORDEM DO DIA

O Sr. Presidente:—Vai continuar a discussão do incidente relativo à questão da Agência Financial.

O Sr. Ministro das Finanças (Cunha Leal): — Sr. Presidente, não posso deixar de me alegrar com a resolução tomada pela Câmara.-É bom que se liquide, a bem dos altos interesses da Nação, duma vez para sempre, a questão da Agência Financial. É bom que se liquide, tanto mais

que temos a férias do Carnaval à porta. Não deve estranhar a Câmara que o Ministro das Finanças tenha core. tanta energia defendido os seus pontos de vista e com tanto calor tenha lutado por aquilo que ele julga que é a verdade.

Tenho expendido um esforço colossal não para manter a minha situação pessoal mas para defender os interesses do país; e, veja V. Ex.a uma cousa, o que é a força da razão, o que é a gente ter a consciência de que está a lutar e a defender os interesses do listado.

i Veja a Câmara o quê é a força da razão! J Veja a Câmara o que é eu ter a consciência de que estou a defender os interesses do Estado!

Recordemos um episódio:

O Governo a que presidiu o Sr. dr. António Granjo caiu perante a questão dos contratos do trigo e do carvão. Caiu nestas condições : caiu tendo uma' maioria sólida a apoiá-lo, caiu tendo lá fora os grandes órgãos da imprensa a, defendê-lo; caiu tendo por si e em 'volta de si o barulho ensurdecedor de todos quantos faziam dos contratos do trigo o do carvão a grande alavanca, não do progresso do país, mas da prosperidade das suas casas particulares. (Apoiados).

Pois apesar de tudo isto o G-ovêrno caiu perante os contratos do trigo e do carvão !

Vejamos agora o reverso da medalha:

O Ministro das Finanças do Governo actual, não tendo uma sólida maioria a apoiá-lo, tendo antes a manifestação de vários descontentamentos contra a siia acção, da parte de alguns Srs. Deputados que apoiavam o Governo, nãc tendo á seu favor a imprensa, tendo contra si e não por si o barulho ensurdecedor de todos os grandes órgãos da imprensa, tem resistido. Tem resistido pelo menos tanto tempo como resistiu o Governo do Sr. Granjo perante a discussão das contratos do trigo e do carvão.

^ E porque tem assim resistido o actual Ministro das Finanças?

Porque tem razão!

(Apoiados).

Porque o Governo, por intermédio do Ministro das Finanças, está defendendo os interesses do pais! (Apoiadot-).